O câncer é considerado um problema de saúde pública mundial. O crescimento da sua incidência e mortalidade está associado ao envelhecimento populacional, visto que 70% dos seus casos são identificados em idosos. Os portadores da neoplasia se tornam mais vulneráveis em razão das condições a que são submetidos pelos fatores relacionados à patologia. Sabendo disso, objetivou-se analisar os fatores associados à neoplasia maligna em pessoas idosas. Trata-se de um estudo transversal desenvolvido em 2021 com 78 pessoas idosas que realizavam tratamento em um centro de assistência de alta complexidade em oncologia. Os dados foram coletados por meio de um instrumento semiestruturado para obtenção dos dados sociodemográficos e clínicos. O projeto foi aprovado sob parecer nº 4.622.548. Detectou-se uma maior frequência do sexo feminino (52,6%), 70 a 79 anos (52,6%), casadas (69,2%), religiosas (98,7%), com ensino fundamental incompleto (56,4%) e uma renda de um a dois salários mínimos (84,6%). Foi referida uma percepção da saúde nem boa nem ruim (48,7%), ausência de etilismo (67,9%), tabagismo (53,8%) e atividade física (66,7%) e a presença de outras doenças (57,7%), com destaque para a hipertensão arterial sistêmica (33,3%). Sobre o tratamento oncológico, o câncer de próstata (30,8%) e de mama (26,9%) foram percebidos como os mais prevalentes, com um tempo de diagnóstico entre um e dois anos (48,7%), histórico familiar de câncer (65,4%), realização de cirurgia como tratamento primário (65,4%), seguida por radioterapia (62,8%). As dificuldades mais relatadas foram os efeitos colaterais (76,9%), alterações na rotina (65,4%), itinerário terapêutico (64,1%) e transporte (64,1%). Conhecer esses aspectos é imprescindível para que os profissionais de saúde elaborem um plano de cuidados biopsicossocial que amenize as repercussões negativas provocadas pelas neoplasias malignas sobre a saúde do paciente idoso.