Há na atualidade uma discussão para que cidades brasileiras tornem-se Smart Cities, algumas, inclusive, já receberam esse título. Para o alcance de tal classificação a cidade deve desenvolver-se primando os seguintes pilares: mobilidade; urbanismo; meio ambiente; tecnologia e inovação; empreendedorismo; educação; saúde; segurança; energia; governança e economia. Pensando apenas o aspecto mobilidade – que diz respeito ao ir e vir das pessoas, de maneira individual ou coletiva, no espaço urbano – e tomando como referência a cidade do Rio de Janeiro, já considerada uma Smart City, perceberemos claramente, que a cidade não está preparada para ofertar condições de deslocamento condizentes com as necessidades das pessoas mais velhas, especialmente, quando se se trata de mulheres envelhecidas, que ainda trabalham e dependem do transporte coletivo, público, para se deslocarem pela cidade. Nesse sentido, este trabalho objetiva discutir a estrutura de grandes centros urbanos, no que diz respeito a oferta de meios de transportes que atendam com qualidade e dignidade trabalhadoras idosas. É importante marcar a questão classe e gênero, porque as mulheres usam mais o transporte público, porque também são elas que gastam mais tempo e recursos com deslocamentos pela cidade e porque no atual momento do país, muitas mulheres maiores de 60 anos de idade, se viram obrigadas a retornarem ou se manterem no mercado de trabalho. Por fim, deve-se ressaltar que cada indivíduo experimenta o espaço urbano de uma maneira e, é importante que pensemos como este espaço é experimentado e ocupado por mulheres idosas, visto que a velhice é uma realidade e feminina.