ESTE ESTUDO FOI INSPIRADO EM ENTREVISTAS ABERTAS REALIZADAS COM MULHERES LÉSBICAS QUE VIVENCIARAM O CÂNCER DE MAMA E SUAS PARCEIRAS ÍNTIMAS. INSTIGADOS PELO CORPUS DE PESQUISA, TECEMOS ALGUMAS INDAGAÇÕES QUE PERMITEM PROBLEMATIZAR O CAMPO. SE O ESCRUTÍNIO E CONTROLE SOCIAL RIGOROSO SOBRE OS CORPOS LÉSBICOS SEGUEM O REGIME HETERONORMATIVO, VISANDO TORNAR ESSES CORPOS DÓCEIS, DEVEMOS NOS QUESTIONAR COMO A INCIDÊNCIA DE UMA DOENÇA ESTIGMATIZANTE COMO O CÂNCER DE MAMA AFETA ESSES CORPOS DISSIDENTES? ESTE É UM ESTUDO QUALITATIVO, TRANSVERSAL,
DESCRITIVO-EXPLORATÓRIO QUE TEVE COMO MARCO TEÓRICO OS ESTUDOS DE GÊNERO. PARTICIPARAM QUATRO
MULHERES COM CÂNCER DE MAMA E TRÊS COMPANHEIRAS. FOI REALIZADA ENTREVISTA INDIVIDUAL E,
POSTERIORMENTE, OS DADOS FORAM ANALISADOS E DISCUTIDOS A PARTIR DA ANÁLISE DE CONTEÚDO TEMÁTICO
INDUTIVO. AS QUATRO PARTICIPANTES QUE TIVERAM CÂNCER COMPARTILHARAM SITUAÇÕES NAS QUAIS SENTEM QUE
NÃO RECEBERAM OS CUIDADOS ADEQUADOS NOS SERVIÇOS; ENCONTRARAM ALGUNS PROFISSIONAIS QUE NÃO
CONSEGUIRAM SER EMPÁTICOS NEM SE COLOCAR NA SITUAÇÃO DIFÍCIL QUE ELAS ESTAVAM VIVENCIANDO; ASSIM, NÃO
PUDERAM OFERECER O MELHOR TRATAMENTO POSSÍVEL A ELAS. AS COMPANHEIRAS RELATARAM O DESAMPARO QUE
SENTIRAM AO ACOMPANHAREM SUAS MULHERES NOS SERVIÇOS DE SAÚDE QUE SUAS PARCEIRAS FREQUENTAVAM.
APESAR DE QUASE TODAS AS MULHERES REPORTAREM COMPORTAMENTOS INADEQUADOS NOS SERVIÇOS DE SAÚDE,
COMO VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA E NEGLIGÊNCIA, APENAS UM CASAL RELACIONOU CLARAMENTE ESSES
COMPORTAMENTOS COM LESBOFOBIA. ESTE CASAL TAMBÉM RELATOU QUE EVITA PROCURAR SERVIÇOS DE SAÚDE POR
CONTA DA DISCRIMINAÇÃO SOFRIDA. AS DEMAIS PARTICIPANTES AFIRMARAM QUE NÃO SOFRERAM PRECONCEITO, POIS SUA ORIENTAÇÃO SEXUAL NÃO FOI COLOCADA EM QUESTÃO COM OU PELOS(AS) PROFISSIONAIS.