A GINECOLOGIA MODERNA NASCE NO SUL DOS ESTADOS UNIDOS POR VOLTA DE 1850. SEDIMENTA-SE NO MAIOR MATRICÍDIO DA HISTÓRIA POR MEIO DE PRÁTICAS RACISTAS QUE EMBASARAM A PRODUÇÃO E ENRAIZAMENTO DE NARRATIVAS QUE DEPRECIARAM O CORPO HUMANO CARACTERIZADO COMO FEMININO (EHRENREICH, ENGLISH, 2009). A PESQUISA CIENTÍFICA REALIZADA EM CADÁVER AO LONGO DO SÉCULO XIX E INÍCIO DO SÉCULO XX, ESCONDE EM SEU BOJO ANÁLISES PAUTADAS EM DIFERENÇAS ANATÔMICAS. (MARTINS, 2004). EM DIÁLOGO COM O MODO DE PRODUÇÃO DA ÉPOCA E PRESSUPOSTOS DA ACUMULAÇÃO PRIMITIVA, OS RESULTADOS DE TAIS ESTUDOS CONSAGRAM CORPOS BINÁRIOS QUE, NÃO POR ACASO, TIVERAM COMO “PADRÃO DE QUALIDADE” A ANATOMIA DESCRITA NOS MANUAIS DE MEDICINA COMO MASCULINA (REIS, 2010). ESTE ESTUDO PRETENDE DENUNCIAR COMO O EXERCÍCIO CRUEL DE MISOGINIA SUPORTOU A GINECOLOGIA MODERNA E NUTRE POR MEIO DO DA PERSPECTIVA BINÁRIA DA ANATOMIA HUMANA. REFORÇA ASSIM SUAS PRÁTICAS NEFASTAS SOBRETUDO NA SAÚDE GINECOLÓGICA DAS PESSOAS COM VULVA. REALIZOU-SE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DE ESTUDOS PRODUZIDOS POR MÉDICAS, ENFERMEIRAS E HISTORIADORA FEMINISTAS, BEM COMO RODAS DE DIÁLOGO COM LÉSBICAS, MULHERES CISGÊNERAS, PESSOAS COM VULVA E HOMEM TRANSGÊNERO. AO TODO FORAM SEIS RODAS DE DIÁLOGO AS QUAIS TOTALIZARAM MAIS DE 30 PARTICIPANTES. O INTUITO DESSAS RODAS DE DIÁLOGO FOI PARTILHAR OS ESTUDOS REVISADOS E TRAÇAR UM PERFIL DOS SERVIÇOS DE SAÚDE GINECOLÓGICA NA CIDADE DO RECIFE.