O FENÔMENO DO AUMENTO DA PROPORÇÃO DE IDOSOS NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA VEM EXIGINDO DOS MEIOS DE PRODUÇÃO DE SABERES NOVOS POSICIONAMENTOS EM RELAÇÃO À VELHICE. A PSICANÁLISE TRAZ A PERSPECTIVA DO SUJEITO DO INCONSCIENTE, QUE, PSIQUICAMENTE NÃO ENVELHECE, MAS É CONVOCADO A SE ENCONTRAR COM O REAL QUE EMERGE DIANTE DO ENVELHECIMENTO DO CORPO. A MULHER, ESPECIFICAMENTE, NO SEU PROCESSO DE ENCONTRO COM A FALTA ESTRUTURANTE, SE COLOCA NUM MOVIMENTO DE SIGNIFICATIVO INVESTIMENTO LIBIDINAL NA IMAGEM DO SEU CORPO PARA FAZER SEMBLANTE NA TENTATIVA DE LIDAR COM A FALTA E SEDUZIR O SEU OBJETO DE DESEJO. NA VELHICE, PORÉM, ELA SE DEPARA COM O CORPO VELHO, ANTES LIBIDINIZADO, MAS ATRAVESSADO PELAS MARCAS DO TEMPO E QUE TAMBÉM É SITUADO NUM NÃO LUGAR DE PRODUTIVIDADE PELA SOCIEDADE CAPITALISTA, QUE INVESTE NUM PROJETO DE ALCANCE DE UMA JUVENTUDE PERMANENTE. A ARTE, POR SUA VEZ, TAMBÉM POSSUI A FUNÇÃO DE PROPORCIONAR O ENCONTRO COM O REAL QUE CAUSA O SUJEITO. DITO ISSO, O ARTIGO BUSCOU, A PARTIR DA ANÁLISE SEMIÓTICA, TRAZER ELEMENTOS DA OBRA “LE TRE ETÀ” DE GUSTAV KLIMT (1905) SEPARADOS EM TRÊS GRANDES TEMAS: O ISOLAMENTO, O CORPO VELHO E LUTO E PERDA, PARA DISCUTIR O LUGAR DA VELHICE NO DISCURSO SOCIAL, BEM COMO SUAS REPRESENTAÇÕES. PERCEBEMOS QUE, DIANTE DO ENVELHECIMENTO DO CORPO, PODE HAVER NOVAS POSSIBILIDADES DE AMARRAÇÃO E DE RESGATE DO IDOSO COMO SUJEITO DO DESEJO CONSIDERANDO-SE QUE, APESAR DE POSSUIR UM CORPO EM DECLÍNIO BIOLÓGICO, A VELHICE PODE SER TAMBÉM UM MOMENTO DE REALIZAÇÃO DE NOVOS INVESTIMENTOS.