DESDE O FINAL DOS ANOS 1980, A EXPRESSÃO CULTURA CORPORAL GANHA FORÇAS NAS DIVERSAS PROPOSTAS CURRICULARES DA EDUCAÇÃO FÍSICA, TANTO NA EDUCAÇÃO BÁSICA COMO NA SUPERIOR, TORNANDO-SE UM DISCURSO PEDAGÓGICO HEGEMÔNICO NO COMPONENTE. ESTABELECIDA MEDIANTE O DIÁLOGO DA ÁREA COM AS CIÊNCIAS HUMANAS E COM AS PRODUÇÕES DAS TEORIAS CRÍTICAS E, MAIS RECENTEMENTE COM AS TEORIAS PÓS-CRÍTICAS EM EDUCAÇÃO, O TERMO TEM ATRAVESSADO AS PRÁTICAS DOCENTES, SOFRENDO RESSIGINIFICAÇÕES EM UM JOGO PERMANENTE DE LUTA PELO CONTROLE DO SEU SENTIDO. HOJE, É POSSÍVEL OBSERVAR SUA PRESENÇA NA MAIORIA DAS PROPOSTAS OFICIAS ELABORADAS PELOS ESTADOS, MUNICÍPIOS E PELA FEDERAÇÃO (BNCC), ASSIM COMO É MACIÇA A SUA PRESENÇA NA LITERATURA DA EDUCAÇÃO FÍSICA. O QUE SE PERCEBE É UMA VARIEDADE DE DEFINIÇÕES, MUITAS VEZES EXPRESSAS EM CONFUSÕES EPISTEMOLÓGICAS, ALÉM DE DIVERGÊNCIAS ENTRE AS FORMULAÇÕES TEÓRICAS APRESENTADAS NESSES TEXTOS E AS ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS DECORRENTES. NESSE QUADRO, INVESTIGAMOS O MODO COMO PROFESSORES EGRESSOS ATRIBUEM SENTIDO E DÃO VIDA AO TERMO NAS ESCOLAS E DE QUE MODO ESSA PRODUÇÃO SE ARTICULA COM OS SIGNIFICADOS DE CULTURA CORPORAL QUE ACESSARAM NO CURRÍCULO DA FORMAÇÃO INICIAL. INSPIRADOS NA BRICOLAGEM COMO FUNDAMENTO PARA A PESQUISA, REALIZAMOS, EM UM PRIMEIRO MOMENTO, ENTREVISTAS NARRATIVA COM CINCO PROFESSORES FORMADOS NA MESMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR E QUE ATUAM EM SEGMENTOS DIVERSOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA. EM UM SEGUNDO MOMENTO, REALIZAMOS UM GRUPO DE DISCUSSÃO COM QUATRO DOS COLABORADORES, TOMANDO POR FOCO OS USOS E SENTIDOS QUE FAZEM DO TERMO. OS DADOS PRODUZIDOS FORAM SUBMETIDOS À ANÁLISE MEDIANTE A NOÇÃO DE DISCURSO PEDAGÓGICO E CONFRONTADOS COM A TEORIZAÇÃO CURRICULAR DA EDUCAÇÃO E DA EDUCAÇÃO FÍSICA. TOMAMOS, AINDA A NOÇÃO DE GOVERNAMENTALIDADE, ENTENDIDA COMO A ARTE DE GOVERNO DE SI E DOS OUTROS, A FIM DE COMPREENDERMOS O MODO COMO OS PROFESSORES SE VÊEM E SE GOVERNAM ENQUANTO DOCENTES ASSUJEITADOS A ESSE DISCURSO. OS RESULTADOS PRODUZIDOS INDICAM QUE OS DOCENTES APRESENTAM SIGNIFICADOS LIMITADOS DO TERMO; REALÇAM A DICOTOMIA TEORIA/PRÁTICA; PROMOVEM UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA NÃO-CRÍTICA, PORÉM DISCURSADA COMO CRÍTICA E COM A PREDOMINÂNCIA DE USO DE ASPECTOS FUNCIONAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES MOTORAS, APRENDIZAGEM DE ALGUMA PRÁTICA CORPORAL E/OU PROMOÇÃO DA SAÚDE EM DETRIMENTO DAS QUESTÕES SIMBÓLICAS QUE O TERMO PRODUZ, APROXIMANDO-SE DA NOÇÃO PRESENTE EM MUITAS PROPOSTAS OFICIAIS, COMO AS DO PCN. PERCEBEMOS, TAMBÉM, QUE O QUE OS DOCENTES PRODUZEM E ENUNCIAM A RESPEITO DA EXPRESSÃO CULTURA CORPORAL É SIMILAR AOS DISCURSOS QUE ACESSARAM NA FORMAÇÃO INICIAL. NESSE CASO, ENFATIZAM QUE A METODOLOGIA CRÍTICO-SUPERADORA É HEGEMÔNICA NAS DISCIPLINAS QUE TRATAM DAS QUESTÕES ESPECÍFICAS DA ESCOLA, E QUE O TERMO ESTÁ PRESENTE NAS DISCIPLINAS QUE APRESENTAM A PEDAGOGIA DOS ESPORTES E DAS DEMAIS PRÁTICAS CORPORAIS. O RESULTADO TEM SIDO A FRAGILIZAÇÃO DOS ASPECTOS TRANSFORMADORES QUE A EXPRESSÃO CULTURA CORPORAL CARREGA.