OLIVEIRA, KãTia Alves De. Formação de pedagogo e formação de pedagogo: é tudo igual?. Anais VII ENALIC... Campina Grande: Realize Editora, 2018. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/52164>. Acesso em: 21/12/2024 08:47
FORMAÇÃO DE PEDAGOGO E FORMAÇÃO DE PEDAGOGO: É TUDO IGUAL? Eixo Temático: Políticas educacionais, avaliação e Currículo - com ênfase nas novas demandas curriculares para a formação de professores e para a docência no cotidiano das escolas de educação básica. Resumo Nesta comunicação apresentamos os dados de uma investigação realizada junto ao programa de iniciação cientifica, nos anos de 2017/2018, concernente à formação de professores em Instituições de Ensino Superior (IES), que oferecem o curso de Licenciatura em Pedagogia, na modalidade presencial, sendo elas o Instituto Federal Goiano - campus Morrinhos (IF Goiano), IES B - campus Caldas Novas e IES C campus - Goiatuba. O foco da pesquisa foi nos percursos formativos, perfil de egressos e propósitos dos cursos oferecidos nos municípios circunvizinhos e orientou-se na busca dos pressupostos que dão suporte aos cursos e IES investigadas, a visão que possuem quanto à formação docente, percebendo a extensão do seu trabalho e a efetivação de uma perspectiva de transformação. Para tais propósitos utilizamos as entrevistas do tipo semiestruturadas com docentes e coordenação do curso de Pedagogia do IF Goiano e coordenadoras de duas IES privadas, como também analisamos o Projeto Pedagógico de Curso - PPC das três instituições selecionadas. Os critérios para escolha das IES investigadas foi a oferta do curso selecionado e por atenderem público da região Sul Goiana, visto que a distância entre as cidades citadas é inferior a 60 km. Cabe observar que, antes da realização das entrevistas houve o cuidado de esclarecer os propósitos, risco para os informantes, assim como o caráter voluntário para o convidado a participar da dinâmica. Desse modo, quanto as entrevistas com os docentes, estas foram individuais, realizadas com seis deles, que atuam ou atuaram no curso do IF Goiano, assim como na coordenação do mesmo. Nas outras duas Instituições, foram realizadas entrevistas com os coordenadores atuais das IES B e C, que foram convidados e previamente informados sobre o foco da investigação. O roteiro das entrevistas abarcou as expectativas e percepções docentes relativas à profissão do pedagogo e carreira docente dentro do contexto educacional, cultural e político brasileiro, bem como, as expectativas e perspectivas na formação profissional do pedagogo quanto as Instituições em que estão inseridos. Ao conduzir os estudos, apropriamos de uma postura reflexiva, no confronto do discurso dos interlocutores e propósitos dos cursos, comparando novidades e aspectos mantidos referentes aos modelos anteriores de formação do pedagogo. Ressaltamos também a apreensão em uma sólida formação teórico-prática, amparados pelos debates atuais relativos a formação e valorização dos profissionais da área presentes no processo de construção dos instrumentos legais, que estabelecem tal foco como primordial a formação docente. Se tratando das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), como ressalta Brzezinski et al (2018, p.60) "aproximam as instituições formadoras e o campo de atuação profissional, orientando os estudantes ao mundo do trabalho, desde o início do curso mediante a prática com 400 horas e estágio supervisionado, também com 400 horas". Das análises quanto ao proposto pelos PPCs das três IES, observa-se nas orientações distintas das matrizes curriculares a falta de consenso quanto à formação do pedagogo na região, o mesmo apontado por Veiga (1997 p. 115), o que acarreta no enfraquecimento da identidade do pedagogo. As propostas têm seus eixos centrais na docência como preconizadas pelas DCN do curso de Pedagogia. No que se refere aos informantes das IES B e C, estes ao tratarem da carreira apontam que nunca se teve tanta preocupação, até mesmo em termos legais, para a efetividade da universalização da educação momento histórico de otimismo para formação de professores, presumindo ascensão na valorização profissional pelo aumento da demanda de profissionais que correspondam as exigências do mercado. Por outro lado, a coordenação do IF Goiano trata a desvalorização do docente, como concepção cultural de desvalorização e não vislumbram mudanças de curto prazo. Veem a formação do IF Goiano contrária ao tecnicista, tendo amplas possibilidades de inserção dentro da educação. Em contrapartida admite diante destas possibilidades, dificuldades gerais da própria educação brasileira, como o reprodutivismo e a "formação pobre para o pensamento crítico, estando ainda numa perspectiva tradicional de ensino nas séries iniciais e educação infantil" (Entrevista Prof. 1). Os informantes do IF Goiano apontam percepções distintas se referindo à prática no curso. Indicam presença de uma positiva contextualização em sala de aula, pesquisa e a extensão como relevantes ao processo e o diferencial da formação oferecida. Por outro lado, são assertivos ao destacarem que é necessário um espaço maior para prática, além dos estágios obrigatórios, projetos de pesquisas com maior relevância relacionados a prática docente. Finalizando, é possível concluir que à luz dos PPCs e discursos dos informantes quanto aos seus pressupostos apontam no sentido da articulação entre o conhecimento epistemológico e prático, dentre outros fatores de políticas educacionais de valorização do professor, como requisitos imprescindíveis para uma educação de qualidade, mesmo que tenha sido observada a falta de consenso no que está prescrito nos três PPCs como propósitos para a formação do pedagogo. Por outro lado, foram apontada lacunas e discrepâncias relativas à formação pobre de pensamento crítico e a predominância de uma prática na perspectiva pedagógica tradicional, o que poderia ser minimizado a partir de ações que estimulem a extensão, pouco presente, como elemento complementar ao estágio curricular e consideradas relevantes ao percurso formativo por serem tais oportunidades um espaço a mais às práticas pedagógicas, assim como da pesquisa científica, para a formação do pedagogo com foco na educação de qualidade. Palavras-chave: Pedagogo, Formação de professores, Educação de qualidade. Referências BRZEZINSKI, I. et al. Politicas de Formação do Magistério: ANFOPE em movimento. Goiânia: Editora Espaço Acadêmico, 2018. VEIGA, I. P. A. SOUSA, J.V. RESENDE L.M.G. DAMIS O.T. Licenciatura em Pedagogia: realidades, incertezas, utopias. Campinas: Papirus, 1997