Artigo Anais VII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

EXPERIENCIANDO O ESTÁGIO COMO UM ESPAÇO PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA

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O processo de formação de um professor é uma longa jornada que não se resume apenas ao percurso da graduação, mas sim a um caminho que leva em consideração as vivências sociais e profissionais do acadêmico/a. Fundamentada na problemática aqui abordada, temos interesse em analisar, através de um relato de experiência realizado na disciplina de Estágio Curricular Supervisionado em Geografia do curso de Licenciatura em Geografia da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), que faz parte do currículo do curso. Pretende-se destacar as potencialidades e fragilidades deste processo e como operamos com as contingências diárias da profissão docente. Esta experiência é resultado das práticas de duas das quatro autoras deste trabalho, no Estágio Curricular Supervisionado I e II que compõe a grade curricular do curso de Licenciatura em Geografia da UDESC. As atividades referentes aos Estágios Curriculares Supervisionado em Geografia I e II estão previstos na 5ª e 6ª fase do Curso. Segundo as ementas, o Estágio I tem como objetivo primordial a observação da prática pedagógica da Geografia escolar na Educação Básica, visando o ensino da geografia na atualidade. Ao passo que o Estágio II, em sua ementa, foca na formação do educador através da elaboração de instrumentos didáticos e a escrita reflexiva por meio de diário de campo. As práticas de estágios aqui relatadas foram desenvolvidas em dupla no ano de 2017, e realizadas em uma escola pública da rede municipal de Florianópolis/SC. Tanto o Estágio I quanto o II foram ministrados em uma turma de 8º ano composta por 35 estudantes com média de 13 anos. O estágio de observação foi um período em que buscamos aproximar aspectos teóricos com aspectos práticos vistos na universidade, um momento de planejamento de cada etapa de intervenção no estágio. Chamamos esse momento de "pausa", pois em seguida retornamos para a mesma turma, o que proporcionou a formação de nosso referencial teórico para a nova etapa. As temáticas da Geografia abordadas no Estágio Curricular Supervisionado II foram os aspectos físicos do continente americano e também as questões de formação sócio espacial e economia de alguns países da América Latina. As aulas se deram de diversas maneiras, sempre que possível procurávamos trazer slides que nos auxiliavam a ilustrar os conteúdos abordados em sala. Estas aulas eram majoritariamente expositivas e dialogadas, sempre com a participação dos estudantes que em todos os momentos procuravam fazer comentários pertinentes ao assunto e também traziam dúvidas e curiosidades que procurávamos sanar. Com o intuito de melhorar as aulas ministradas e também de conhecer melhor os estudantes, decidimos por criar um "Diário de Bordo Geográfico". Este consistiu em um pequeno caderno onde os educandos inicialmente comentavam o que gostariam de ver durante as oito semanas de estágio, funcionando como o diário de campo que é usado como aporte para a disciplina de estágio. Entretanto, o "Diário de Bordo Geográfico" nos orientava, através dos relatos dos próprios estudantes, os caminhos a seguir no percurso do estágio. Com a passagem do caderno todos puderam expressar o que gostariam de aprender e o mais importante como gostariam de aprender determinado conteúdo. Os estudantes tinham a opção de se identificar ou não nos registros do Diário, e assim diversas ideias criativas foram surgindo. Recebemos pedidos de filmes de documentários e também a construção de maquetes e trabalhos manuais durante as aulas, e assim modificamos nossos planos de aula conforme os interesses dos estudantes. O estágio é o momento em que finalmente entramos em contato com a realidade que vemos teoricamente em toda a graduação. É onde nos aproximamos da realidade concreta, sendo um espaço que provoca estranhamentos e choques, que constantemente desestruturam as convicções e os saberes adquiridos (MARTINS, 2014). É neste espaço que podemos nos descobrir como futuros profissionais observando a integração entre a teoria e prática, nos possibilitando uma maior aproximação com o cotidiano da escola e da sala de aula. Á vista disso é inquestionável a importância desta disciplina dentro da grade curricular de formação inicial, não apenas por proporcionar o diálogo entre a teoria e a prática, mas simultaneamente aproximar a relação de compreender a dimensão formadora do componente que pensa e teoriza a educação (SILVA; GASPAR, 2018). Referências FRAGA, A.; MICHIELIN, C.A. Dois em um: uma reflexão acerca dos estágios I e II realizados em uma mesma turma de oitavo ano. Relatório de estágio curricular supervisionado em geografia I e II. Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC/FAED. Florianópolis, 2017. LAWALL, I.; CLEMENT, L. Relatos e reflexões sobre estágio curricular supervisionado: cursos de licenciatura da UDESC. Goiânia: C&A Alfa Comunicação, 2016. MARTINS, R. E. M. W. Um diálogo acerca das experiências dos estagiários no contexto do estágio de docência em geografia. In: GIORDANI, A.C. Organizadores... [et al.]. Aprender geografia: a vivencia como metodologia. Porto Alegre: Evangraf, 2014. SANTOS, L. A.; FIRMINO, L. C.; MARTINS, R. E. M. W. Educação feita com paixão: experiência para prática docente no projeto de educação comunitária integrar. Geosaberes, Fortaleza, v. 9, n. 17, p. 1-13, jan./abr. 2018. SILVA, H. I.; GASPAR, M. Estágio supervisionado: a relação teoria e prática reflexiva na formação de professores do curso de Licenciatura em Pedagogia. Rev. bras. Estud. pedagog., Brasília, v. 99, n. 251, p. 205-221, jan./abr. 2018. "
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Publicado em 03 de dezembro de 2018

Resumo

O estágio supervisionado é um espaço de aprendizagem da profissão docente e de construção da identidade profissional (SILVA; GASPAR, 2018). É indispensável na formação de docentes nos cursos de licenciatura, sendo um processo de aprendizagem necessário a um profissional que deseja realmente estar preparado para enfrentar os desafios da profissão. O estágio supervisionado tem relevância nos currículos de licenciatura, uma vez que desenvolve uma perspectiva da integração entre teoria e prática, no qual torna-se singular na produção de saberes e também na superação da divergência entre a prática e a teoria na formação inicial de professores (MARTINS, 2014). Esse processo se concretiza em sala de aula com a experiência do estágio e constitui-se como um espaço importante para unir a formação acadêmica e a realidade social e econômica do mercado de trabalho de um professor na sua prática. 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