MORAIS, Aendel Reis De. . Anais VII ENALIC... Campina Grande: Realize Editora, 2018. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/52141>. Acesso em: 24/12/2024 23:00
Desde a Grécia antiga já se sabe que o único caminho do conhecimento é o estudo e Sócrates já tratava disso como virtude, viabilizando não somente alfabetizar (saber ler e escrever), mas sim em promover o letramento dos cidadãos (ler e escrever, analisando e refletindo sobre seus estudos e através de suas próprias conclusões para aplicá-los no dia a dia). Os estudos se dirigiam á Filosofia, para que se compreenda o porquê, desvinculando a ciência da religião. Aprendiam também noções básicas de economia e maneiras de como administrar o dinheiro, entender o que se tratava de um bom negócio (matemática e cálculos). Também eram estudados conceitos do que era Direito na Polis, de como funcionava o Estado e do que ele era composto. Sabe-se que em países de primeiro mundo como Finlândia, Estados Unidos, Alemanha e Coréia do Sul, algumas dessas matérias são componentes de sua matriz curricular, com finalidade de ensinar noções básicas de Direito, Filosofia e Economia. Através de uma breve revisão documental, este trabalho tem como objetivo analisar sistemas educacionais e propor a implementação da política, economia e maior presença da filosofia na educação brasileira. A Finlândia é um dos países com maior qualidade na Educação. As matérias escolares incluem o idioma e literatura finlandeses, outros idiomas, estudo ambiental, educação cívica, religião ou ética, história, estudos sociais, matemática, física, química, biologia, geografia, educação física, música, artes, trabalhos manuais e economia doméstica. Observa-se a importância de se estudar economia doméstica voltada para os gastos domésticos e controle de contas, sendo que economizar vai além do ponto de vista econômico mas sim de um modo geral focando nos recursos naturais e colaborando com a sustentabilidade mundial. Já a matriz curricular americana coincide com a proposta de Letramento e tem Economia como matéria obrigatória na área social. A matriz curricular é dividida em Matemática: incluindo álgebra, geometria, pré-cálculo, estatística; Ciência: incluindo biologia, química e física; Estudos sociais: incluindo história, geografia, economia; Educação física e uma língua. Na Alemanha se tem na matriz curricular dentro de Ciências Sociais, a matéria de Política. O currículo compõe-se das seguintes matérias: Matemática, Física, Química, Biologia, Geografia, História, Religião (ou Ética), Música, Artes, Política (Ciências Sociais), Esportes e Língua Estrangeira. Os alunos aprendem o idioma inglês a partir do primeiro ano e recebe também educação sobre o mercado de trabalho, o que lhes ajuda a escolher uma carreira de nível médio. Destaca-se aqui a Matéria de política que é componente da grade de Ciências Sociais, onde o aluno já se inicia sua adolescência tendo noção de como é a estrutura de Estado e funcionamento, e de todo estrutura política de seu país. Outro sistema educacional com grande efeito e de excelente qualidade é o Sul Coreano. A matriz curricular se compõe de matérias básicas, tendo como ênfase o plano de ensino secundário Middle School High School (7° ano ao 12° ano), possuindo como base matérias da grade curricular e durante a fase Middle School acrescenta-se a matéria Wise Living (vida sábia), ou seja, uma matéria voltada para a economia e Educação Financeira, voltada pra o aprendizado e aplicação da mesma no decorrer do dia-a-dia. Outra informação relevante é que desde a 3° série se estuda Ética e Filosofia na matriz curricular, mostrando-se assim o porquê sua metodologia e eficácia de ensino se diferenciam de todas as demais, tornando-se assim um polo de referência mundial em Educação. No Ensino Médio os alunos estudam Artes e língua Coreana, Ética, Estudos Sociais, Matemática, Ciência, Curso Prático, Educação Física, Musica, Artes, Línguas Estrangeiras. No Brasil atual, o que se percebe é o contrário, desde que o País se tornou um estado democrático de direito, as matérias curriculares de maior carga horária são as de Ciências Exatas e Língua e assim as áreas de Ciências Humanas contém a menor carga horária. Recentemente foi feita a reforma do Ensino Médio, onde as ciências exatas e linguagens novamente se sobressaíram perante as ciências humanas. Poderiam ser aplicadas noções de Direito na grade curricular das matérias de Sociologia e Filosofia. A Sociologia abordaria o comportamento humano em meio social e suas regras de etiquetas e conduta, sendo-se assim passível de se aplicar noções básicas do Código de Processo Cível, e Código Processual, transmitindo coisas simples do que se pode fazer e o que não se pode. E o principal, se explicar como funciona a Constituição Federal. Referente a Filosofia, ela tem a finalidade de analisar empiricamente o que é cético e o que é Ético, pois é de se saber que a nossa lei é interpretativa, ou seja, ela não impõe mas sim interpreta a mesma situação em diversas análises, onde nem tudo que é certo é ético, e nem tudo que é cético seria incorreto. Vale ressaltar que análoga com essa proposta existe um projeto de lei (PLS 70/2015) ainda em tramitação, que tem em seu teor a disciplina Constitucional no currículo escolar do ensino básico. Quanto a matriz curricular de Matemática, poderia se acrescentar outra matéria a Economia. Sabe-se que desde a antiguidade a economia sempre foi uma base forte do capitalismo, e para que se desenvolva a Ciência e a Tecnologia se necessita de uma grande dependência da economia. Isso se confronta com a realidade e cotidiano em alfabetizar e letrar os jovens. Com esses preceitos e conceitos, poderíamos ter uma matéria voltada para a Economia aplicada, sobre o que são taxas de Juros Compostas e aplicadas, fazendo referência para a taxa Selic, noções de economia doméstica, noções de gastos voltados para a sustentabilidade, tais como, o desperdício elétrico, alimentício e de recursos naturais num modo geral. Este trabalho teve por objetivo mostrar e explicar a carência e atraso de nossa matriz curricular. Foi mostrado que a maneira em que foi realizada a nossa reforma da educação, não condiz com o contexto global, ficando cada vez mais precário se alfabetizar e quase impossível letrar os nossos jovens no Ensino Médio. A educação merece maior investimento e interesse político, para conseguirmos alcançar maiores patamares educacionais e Tecnológicos e almejarmos uma educação a nível mundial. Isso reflete diretamente no momento em que vivemos ao meio de crises e instabilidades políticas. Sabe-se que se a população de um modo geral começar a se letrar e não somente se alfabetizar, entenderá o seu real papel na sociedade, pois através da educação conseguiremos quebrar e modificar toda essa estrutura e cadeia política que nos cerca nos dias atuais. Para que isso ocorra, é necessário uma reforma desde o início do ensino fundamental e ensino médio, oferecendo em sua grade curricular noções de Direito, Economia e Política, a fim de evoluirmos não somente perante a Educação e Tecnologia, mas como sociedade em todo, podendo assim se destacar a nível mundial.