GOMES, Breno Felipe Araujo De Oliveira. Aprender. Anais VII ENALIC... Campina Grande: Realize Editora, 2018. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/51860>. Acesso em: 25/12/2024 22:48
APRENDER, ENSINAR E A PRÁTICA Breno Felipe Araujo de Oliveira Gomes/brenoffelipe@yahoo.com.br/ UERJ Aldo Victorio Filho/UERJ Victor Junger/UERJ Eixo Temático: 1. Processos de Ensino e aprendizagem - com ênfase na inovação tecnológica, metodológica e práticas docentes. Agência Financiadora: CNPq Resumo O presente trabalho tem por objetivo discutir sobre nossa prática de sala de aula no âmbito da formação docente. Nosso interesse consiste na reflexão sobre o que devemos privilegiar ou não diante do desafio que é a formação cidadã dos jovens no mundo globalizado, onde as hierarquias de saberes tendem se confundir cada vez mais e a relação entre quem ensina e quem aprende pelo viés unilateral do saber-poder docente parece fazer cada vez menos sentido. Nosso esforço, portanto, reside na atualização contínua do que poderá ser a pratica docente na busca de aproximar a prática a um exercício de autonomia discente caro à formação do cidadão que deve atuar e decidir sobre a Cidade. Pela via dos estudos Cotidianos Escolares, e neste o protagonismo dos estudantes, tomamos o corpo discente, individual e coletivo, como presença auto poética e de ação politica, como fonte para a reflexão. Buscamos entender como o binômio ensinar-aprender, na especificidade do ensino das Artes, contribui com a formação das novas gerações mediante a relação estética com o mundo. A relativização do gosto, a problematização dos aspectos que valorizam certas representações em detrimento de outras e a expansão do conceito de beleza como força indispensável à vida social e política contemporânea. Buscamos elucidar as criações e ações juvenis nas escolas em prol de práticas educativas atualizadas, mais dialógicas, e consequentemente mais produtivas. As experiências consideradas e levadas aqui à reflexão partem das práticas dos autores relacionadas ao Laboratório de Ensino da Arte do curso de Artes Visuais Licenciatura da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O laboratório reúne bolsistas de Iniciação Cientifica com pesquisas voltadas para a educação da conjuntura do professor de artes, Iniciação à docência, pesquisadores do Programa de Pós-graduação em Educação (Proped) UERJ e o grupo de artes visuais do Programa Institucional de Bolsa Iniciação à Docência (PIBID). O Laboratório de Ensino da Arte (LEA) tem deste modo um grupo de pesquisadores de diferentes seguimentos do ensino superior debruçados sobre a questões de docência, educação e ensino da arte atuando junto às escolas via Pibid. Bolsistas pibid e voluntários (bolsistas de IC e ID relacionados ao laboratório) junto às professoras supervisoras da educação básica e à coordenadora do projeto Pibid Artes Visuais UERJ procuram elaborar modos de atuação nas escolas como oficinas relacionadas ao conteúdo curricular abordado pelas professoras. A atividade que decidimos abordar neste trabalho como recorte específico e prática de sala de aula dentro do panorama de atividades atreladas ao laboratório foi uma oficina que aconteceu no âmbito do Pibid na escola Estadual Paulo de Frontin com alunos do segundo ano do ensino médio. A escola fica situada na região central do município do Rio de Janeiro no bairro Praça da Bandeira, atende majoritariamente os jovens das regiões periferizadas do entorno, do mesmo modo que maioria das escolas públicas populares do estado. Intitulamos a oficina em questão de "máscaras" por se tratar de uma construção de um rosto abstrato, com recortes fotográficos dos rostos dos próprios alunos. Uma composição com os olhos de um, a boca de outro, o nariz de outro, enfim, um rosto simbólico pouco característico visualmente, a partir do qual os alunos criaram uma personalidade, deram nome e anseios. A atividade ganhou interesse dos alunos tanto pela produção plástica de um rosto amórfico que passou a representava alguém com traços de todos e definitivamente ninguém; E os interessou a produção escrita de uma personalidade objetiva mas que tratava dos seus próprios desejos. As produções dos alunos que privilegiaremos no texto atravessam a dimensão subjetiva e indiciam práticas cotidianas engendradoras de projetos de futuro. O material perscrutado leva à problematização da capacidade de subjetivação das juventudes em prol de criações vitais às suas formações bem como fonte de atualização docente. Potencialidades a serem consideradas na formação docente perspectivada em modos de ensinar-aprender em sintonia e harmonia com a atualidade das vivências juvenis individuais e coletivas. A pesquisa feita na complexidade do cotidiano escolar que tem como consequência este texto, além de possibilitar novos conhecimentos sobre o estado das artes da escola, nos permite devido à metodologia aplicada que envolve oficinas e outras atividades dialógicas, aprimorar e enriquecer a formação dos investigadores e aglutina experiências positivas para a suas formações e dos colaboradores, estudantes das escolas. Palavras-chave: Educação, Formação, Docências, Ensino da Arte Referências FERNANDEZ, T.; DIAS, B. Pedagogias Culturais nas entre viradas: eventos visuais & artísticos. In: Martins, R.; Tourinho, I. Pedagogias Culturais. Santa Maria: Ed. da UFSM, 2014. FILHO, A. V. culturas visuais: cidade, artes visuais e educação. In:___ et al. Educação e Audiovisualidades. Curitiba: Appris, 2018. FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2016. RANCIÈRE, J. O mestre ignorante: cinco lições sobre a emancipação intelectual. 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