Artigo Anais VII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

A PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA COMO SUSTENTAÇÃO TEÓRICA PARA O ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

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No entanto, o preconceito enraizado intimida indivíduos e os impede de praticar certos esportes. Diante disso, indubitavelmente, existe a necessidade de praticar atividades que evitem a limitação dos alunos à prática de esportes devido ao preconceito, uma vez que a utilização de técnicas de ensino que propiciam somente a teoria torna as aulas desinteressantes, repetitivas e desconexas, fazendo com que o aluno não participe da aula produtivamente. Quando teoria e prática não se mesclam contribuem para segregação de valores aumentando assim o número de pessoas alienadas que se tornam vítimas ou produtores das mazelas sociais. No entanto, que seja advertido que a escola não é a solução de todos os problemas, mas faz parte do processo de desenvolvimento educacional, psicológico, físico, espiritual, moral, filosófico e social do aluno. Seguindo esse pensamento observa-se a importância da reflexão do que ensinar e por que ensinar. As respostas para estes questionamentos dependem de muitos fatores, entre eles, a observação e análise da comunidade em que os alunos vivem, a cultura a qual pertencem, e o comportamento do indivíduo pertencente a um grupo maior. Partindo do fato de que o aluno tenha um ensino verdadeiro em relação a seus propósitos e a realidade, os conteúdos de Educação Física poderão ser agentes transformadores no sentido atitudinal utilizando-os para o entendimento de si e do outro mostrando a responsabilidade como processo de aprendizagem (SELBACH, 2010, p.30). Obviamente, não esquecendo que cada indivíduo carrega dentro de si diferentes questionamentos, que muito embora possam parecer mínimos, são ricos de informações que refletem diretamente no desenvolvimento do aluno. Portanto, o referido estudo tem como objetivo ressignificar a prática da Educação Física escolar através da didática pedagógica histórico-critica pressupostos teóricos e metodológicos da didática pedagógica histórico-critica proposta por Dermeval Saviani, assim como, proporcionar a prática de vivencia corporal que problematizem a produção de conhecimento para observar como os participantes reagem diante das atividades propostas e analisar a eficácia dos procedimentos didáticos adotados. Para alcançar os objetivos propostos nos apropriamos dos pressupostos da pesquisa-ação do tipo estratégica que, segundo El Andaloussi (2004) tem por finalidade a resolução de problemas e a produção do saber. Convém ressaltar que para auxiliar a pesquisa foi desenvolvido um dispositivo que permite coordenar um conjunto de medidas que auxiliam na progressão rumo aos objetivos. Este se cumpre em um dispositivo estrutural determinado que possibilita formular hipótese de intervenção e de pesquisa. Seguindo os princípios da dialética, realizou-se um criterioso trabalho empírico em que o pesquisador fez uso dos princípios filosóficos e metodológicos da Teoria Histórico-Crítica para propor uma didática de ensino às práticas corporais em quadra de aula. Com o intuito de aprimorar a pesquisa-ação do tipo estratégica, utilizou-se o diário de campo para registro das observações no espaço educacional, como também utilizou-se o círculo da cultura para a problematização educativa, dando-lhes a possibilidade de argumentar sobre os problemas expostos e provocando reflexões globais para eventuais generalizações. Partindo para a prática, inicialmente foi feita a aplicação do questionário semiestruturado com a professora Luciana Ferreira Brasil, afim de obter dados para o desenvolvimento da pesquisa. Esse momento de diagnóstico é de fundamental importância para que o pesquisador tome ciência do contexto social e político em que a prática social, no caso desse estudo da prática educativa se desenvolve (EL ANDALOUSSI, 2004). Assim, quando questionada, a educadora afirmou que: "A maior dificuldade que eu sinto é da aceitação dos alunos em relação a outros conteúdos, por exemplo, eles acham que a Educação Física ainda está naquela só de jogar bola, só de jogo pelo jogo" (PROFESSORA LUCIANA FERREIRA BRASIL). Dessa forma, observou-se que inicialmente os alunos tinham dificuldades de descentralizar o futebol e incluir outros esportes nas aulas de educação física. A professora quando questionada sobre os conteúdos que gostaria de oferecer para o aluno conhecer e o que impossibilitava tal ação respondeu que: "Eu trabalhei com eles um conteúdo que foi Lutas. Eu trabalhei uma parte de Jiu-Jitsu e por ter muito contato físico eles acharam que era algo mais voltado pra questão da sexualidade" (PROFESSORA LUCIANA FERREIRA BRASIL). O PCN (2000) reforça que o aluno deve ter vivências múltiplas, já que estas possibilitam o desenvolvimento de aspectos éticos, morais e de comportamento social. As diferentes práticas corporais favorecem a autonomia e coíbem posturas preconceituosas e atitudes discriminatórias além de permitir o conhecimento sobre o corpo. Na segunda etapa da pesquisa entrevistamos os alunos da professora Luciana Ferreira Brasil da turma 601. Nesse contexto, o desafio a mim colocado foi o de trabalhar com lutas, visto que a maior dificuldade se centralizava nesse esporte. Após este momento foram instigados a discutir e pontuar as diferenças entre Lutas e Brigas, alguns ainda consideraram violência como parte indissociável da luta. No segundo momento fizemos atividades que incluíam sumô, aikidô, judô e luta para uma familiarização da prática dos esportes. O momento final da aula caracterizou parte da Catarse em que o aluno faz uma reconstrução do conhecimento cientifico e prático obtendo uma nova concepção do conteúdo ministrado a partir de sua análise. É a soma de um todo (GASPARIN, 2012). Na última aula os alunos foram instigados novamente a responder o que depois das vivências nas aulas pode ter mudado em sua vida. Alguns aprenderam que na luta precisa haver respeito com o próximo e que não é apenas socar e chutar. Com as vivências pude perceber que embora seja árduo o percurso que o professor tenha que caminhar para possibilitar vivências diferenciadas da tradicional bola (ainda um dos confrontos encontrados tanto por parte dos educandos quanto dos professores de Educação Física), incentivar a participação dos alunos é responsabilidade do professor a fim de que o leve a refletir sobre os conhecimentos mediados. Encontramos que a prática pedagógica depende da relação docente-discente enquanto caminho para formação de novos saberes que devem estar alicerçados ao conhecimento historicamente construído. Concluímos que as estratégias adotadas com base na didática da pedagogia Histórico-Crítica trazem a possibilidade de conhecer novas práticas educacionais. Palavras chave: Pedagogia Histórico-Crítica; Didática; Educação Física Escolar. Referências: BRACHT, V. A constituição das teorias pedagógicas da educação física. Disponível em: www.scielo.br/pdf/ccedes/v19n48/v1948a05.pdf. Acessado em: 10 de Maio às 02 h 06 m.EL ANDALOUSSI, K. Pesquisas-ações: Ciências. Desenvolvimento. Democracia. São Carlos: UdUFScar, 2004. GASPARIN, J. L. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. 3.ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2005. SELBACH, Simone (supervisão geral). Educação Física e Didática. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. "
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No segundo momento fizemos atividades que incluíam sumô, aikidô, judô e luta para uma familiarização da prática dos esportes. O momento final da aula caracterizou parte da Catarse em que o aluno faz uma reconstrução do conhecimento cientifico e prático obtendo uma nova concepção do conteúdo ministrado a partir de sua análise. É a soma de um todo (GASPARIN, 2012). Na última aula os alunos foram instigados novamente a responder o que depois das vivências nas aulas pode ter mudado em sua vida. Alguns aprenderam que na luta precisa haver respeito com o próximo e que não é apenas socar e chutar. Com as vivências pude perceber que embora seja árduo o percurso que o professor tenha que caminhar para possibilitar vivências diferenciadas da tradicional bola (ainda um dos confrontos encontrados tanto por parte dos educandos quanto dos professores de Educação Física), incentivar a participação dos alunos é responsabilidade do professor a fim de que o leve a refletir sobre os conhecimentos mediados. Encontramos que a prática pedagógica depende da relação docente-discente enquanto caminho para formação de novos saberes que devem estar alicerçados ao conhecimento historicamente construído. Concluímos que as estratégias adotadas com base na didática da pedagogia Histórico-Crítica trazem a possibilidade de conhecer novas práticas educacionais. Palavras chave: Pedagogia Histórico-Crítica; Didática; Educação Física Escolar. Referências: BRACHT, V. A constituição das teorias pedagógicas da educação física. Disponível em: www.scielo.br/pdf/ccedes/v19n48/v1948a05.pdf. 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Publicado em 03 de dezembro de 2018

Resumo

A PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA COMO SUSTENTAÇÃO TEÓRICA PARA O ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Vitor Silva Abreu/vitorvitorvitor08@gmail.com/Universidade Federal do Piauí - UFPI¹ Jefferson de Sousa Silva Barbosa/Universidade Federal do Piauí - UFPI² Mesaque da Silva Correia/Universidade Federal do Piauí - UFPI³ Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação e Educação Física Escolar - GEPEEFE/UFPI/CNPQ Eixo Temático: Políticas Públicas e Identidade Docente - com ênfase em referenciais políticos e epistemológicos sobre carreira e valorização dos professores. Na Grécia Antiga as primeiras manifestações esportivas eram restritas a grupos de pessoas que se enquadravam em certos padrões. Consequentemente a exclusão de indivíduos que não portavam essas características acarretava na criação de barreiras e preconceitos no mundo do esporte. Hodiernamente essa proibição foi erradicada, tornando o esporte acessível para todos. No entanto, o preconceito enraizado intimida indivíduos e os impede de praticar certos esportes. Diante disso, indubitavelmente, existe a necessidade de praticar atividades que evitem a limitação dos alunos à prática de esportes devido ao preconceito, uma vez que a utilização de técnicas de ensino que propiciam somente a teoria torna as aulas desinteressantes, repetitivas e desconexas, fazendo com que o aluno não participe da aula produtivamente. Quando teoria e prática não se mesclam contribuem para segregação de valores aumentando assim o número de pessoas alienadas que se tornam vítimas ou produtores das mazelas sociais. No entanto, que seja advertido que a escola não é a solução de todos os problemas, mas faz parte do processo de desenvolvimento educacional, psicológico, físico, espiritual, moral, filosófico e social do aluno. Seguindo esse pensamento observa-se a importância da reflexão do que ensinar e por que ensinar. As respostas para estes questionamentos dependem de muitos fatores, entre eles, a observação e análise da comunidade em que os alunos vivem, a cultura a qual pertencem, e o comportamento do indivíduo pertencente a um grupo maior. Partindo do fato de que o aluno tenha um ensino verdadeiro em relação a seus propósitos e a realidade, os conteúdos de Educação Física poderão ser agentes transformadores no sentido atitudinal utilizando-os para o entendimento de si e do outro mostrando a responsabilidade como processo de aprendizagem (SELBACH, 2010, p.30). Obviamente, não esquecendo que cada indivíduo carrega dentro de si diferentes questionamentos, que muito embora possam parecer mínimos, são ricos de informações que refletem diretamente no desenvolvimento do aluno. Portanto, o referido estudo tem como objetivo ressignificar a prática da Educação Física escolar através da didática pedagógica histórico-critica pressupostos teóricos e metodológicos da didática pedagógica histórico-critica proposta por Dermeval Saviani, assim como, proporcionar a prática de vivencia corporal que problematizem a produção de conhecimento para observar como os participantes reagem diante das atividades propostas e analisar a eficácia dos procedimentos didáticos adotados. Para alcançar os objetivos propostos nos apropriamos dos pressupostos da pesquisa-ação do tipo estratégica que, segundo El Andaloussi (2004) tem por finalidade a resolução de problemas e a produção do saber. Convém ressaltar que para auxiliar a pesquisa foi desenvolvido um dispositivo que permite coordenar um conjunto de medidas que auxiliam na progressão rumo aos objetivos. Este se cumpre em um dispositivo estrutural determinado que possibilita formular hipótese de intervenção e de pesquisa. 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