A FEIRA DE CIÊNCIAS COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA E EMANCIPATÓRIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
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Educação, linguagens, tecnologias e valores Resumo A Feira de Ciências já faz parte do calendário pedagógico de muitas escolas da educação básica, sendo este um momento de grande importância para a construção e consolidação de conhecimentos. Aproveitar esse evento para realizar atividades em que os alunos possam exercer a sua criatividade e criticidade é de grande valia. Além disso, estar atento para abordar assuntos que permeiam a rotina dos alunos se faz necessário, principalmente com os alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), que é formada por aqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental e Médio na idade própria (CEARÁ, 2012). Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi observar à participação dos alunos da EJA na Feira de Ciências escolar, bem como relatar os processos durante as atividades que antecederam este evento. Esta pesquisa aconteceu na Escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental Francisca Alves do Amaral, localizada no município de Caucaia-CE, com a turma de EJA IV (8º/9º ano) - noite. As observações foram realizadas no período que antecedeu a exposição científica, realizada na Semana do Meio Ambiente, bem como no momento em que esta ocorria. O tema geral trabalhado foi a importância da água. Visto que é um bem de domínio público, sendo um recurso natural limitado, dotado de valor econômico (BRASIL, 1997) essencial para a realização de vários processos relacionados diretamente com a vida. Além da importância na formação cidadã, o tema foi pensado de modo a se relacionar diretamente com o cotidiano dos alunos. Uma vez que o ato de conhecer envolve um movimento dialético que vai da ação à reflexão sobre ela e desta a uma nova ação (FREIRE, 1981). A escola em que este estudo foi realizado tem uma tradição nas atividades extracurriculares, como participação em olimpíadas, campeonatos esportivos e culturais. Contudo, os alunos desta modalidade, pouco aderem a essas atividades. Essa baixa adesão se deve a diversos motivos, como por exemplo, o tempo escasso para participar devido às atividades laborais. Para contornar essa situação, durante o período de planejamento da feira de ciências, foi proposto aos alunos a elaboração de um projeto que envolvesse o tema geral da mostra. Ressaltado que seria importante a participação deles durante a atividade para que pudessem trocar experiências e assim realizar a construção do conhecimento, para além da sala de aula. Além disso, o fato dos estudantes terem que apresentar esses trabalhos para o público em geral também os incentiva a melhorar a cognição, a expressão e a postura corporal (WEBER, 2016). A partir dessa primeira conversa, observamos o interesse e a vontade em colaborar por parte da maioria dos alunos. Alguns se mostraram tímidos e outros relataram que não seriam capazes de realizar a atividade. Nesse momento, a professora interviu e falou sobre a importância da participação de cada um deles. Após esse momento inicial, e com a superação do sentimento de não conseguir realizar o trabalho, os alunos decidiram realizar um modelo de sistema de reuso de água. Para isto tiveram o apoio e a colaboração dos professores e do núcleo gestor. A ideia surgiu da vivência de um aluno, que já utiliza esse sistema em sua residência. No início, o aluno se mostrou tímido em expor a ideia, entretanto a medida em que falava sobre o projeto e os colegas aceitavam, o aluno se sentia mais confiante. Ao final, todos concordaram e decidiram que este seria o projeto a ser construído para representar a turma. 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Palavras-chave: Feira de Ciências, EJA, Emancipação, Educação Referências BRASIL. Lei das Águas: Lei nº9433, de 8 de janeiro de 1997, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Disponível em: Acesso em: 12 out 2018. CEARÁ. Conselho Estadual de Educação. Resolução nº432 de 2012, que dispõe sobre a Educação de Jovens e Adultos. FARIAS, L.N.; GONÇALVES, T.V.O. Feira de Ciências como Espaço de Formação e Desenvolvimento de Professores e Alunos. - Revista de Educação em Ciências e Matemática. Amazônia, v. 3 - n. 5 - jul. 2006/dez. 2006, v. 3 - n. 6 - jan 2007/jun. 2007. FREIRE, P. Ação cultural para a liberdade e outros escritos. 5ª ed. Rio de Janeiro. Paz e Terra. 1981. WEBER, F. S.D. As Feiras de Ciências Escolares: Um Incentivo à Pesquisa. SCIENTIA CUM INDUSTRIA, V.4, N.4, 188 - 190, 2016." 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