Artigo Anais VII ENALIC

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-3234

EXPRESSÕES ARTÍSTICAS COMO POSSIBILIDADE DE ABERTURA PARA REPENSAR TERRITORIALIDADES E IDENTIDADES NA EEEM DOM DANIEL COMBONI

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É finalidade do PIBID o desenvolvimento de projetos de iniciação à docência nos cursos de licenciatura, em colaboração com os sistemas e as redes de ensino, na perspectiva de valorização do magistério e da promoção da formação inicial e continuada de educadores. Nesse sentido, desde o mês de agosto do referido ano, os discentes do Núcleo do PIBID (Geografia) Nova Venécia, formado pela EEEM Dom Daniel Comboni e por outras duas escolas da rede municipal de Nova Venécia, vêm desenvolvendo ações educativas voltadas para o desenvolvimento de metodologias de ensino e de projetos pedagógicos inovadores, em diálogo com as demandas formativas desses estabelecimentos de educação pública, objetivando a unidade entre as teorias do ensino e as práticas educativas. A EEEM Dom Daniel Comboni, criada em 1964, através da Lei nº 2081/64, já ofertou cursos de magistério, administração e agropecuária e atualmente, essa escola, que funciona nos três turnos, oferta o ensino médio e o curso técnico em análise química. Através do acompanhamento da coordenação de área e da educadora supervisora, os discentes do PIBID, que atuam no turno matutino, nas turmas do segundo e terceiro ano do Ensino Médio e também no Curso Técnico em Análise Química Integrado ao Ensino Médio, vêm atuando em coletivos de trabalho, sobretudo, na observação e na assistência à educadora supervisora nas atividades escolares. Nesse contexto, a partir da interlocução com as categorias de território, territorialidade e multiterritorialidade (HAESBAERT, 2006) e de imaginação espacial (MASSEY, 2008), bem como as perspectivas multiculturalista (HALL, 2006) e de questionamento das metanarrativas (LYOTARD, 2009) e (FERNANDES, 2008), promovemos espaços e tempos de diálogos e de reflexão sobre estas concepções e estimulamos a construção coletiva de expressões artísticas que proporcionem esta abertura de pensar sobre as identidades, em especial a produção das identidade afrodescendentes, considerando que o município de Nova Venécia, que apresenta no próprio nome a marca da colonização italiana. O discurso hegemônico de histórico de ocupação e povoamento dos povos italianos é reforçado pelos principais eventos, espaços da cidade e nos modos de dizer e de agir do lugar. Nesse sentido, evidenciamos, refletimos e problematizamos essa metanarrativa, diante de sua incoerência ao apresentar-se como única possibilidade de enunciar geografias e histórias permeadas pela multiplicidade de versões possíveis, ou dito de outra maneira multiterritorialidades. Deste modo, refletir e agir sobre o modo como imaginamos as identidades e as relações no território está diretamente vinculado ao conceito de "imaginação espacial"(MASSEY, 2008), uma vez que aponta para a necessidade de um olhar atento sobre nossos modos de pensar o espaço visto que este reverbera nas nossas ações espaciais. Inseridos nesse bojo, acreditamos ser importante considerar os discursos sobre as identidades e nossas relações de territorialidade pelo fato de que, como aponta Fernandes (2008), "as disputas territoriais são, portanto, de significação das relações sociais de controle dos diferentes tipos de territórios"(p.200). Dessa maneira, refletir sobre as identidades é também considerar o território, uma vez que toda identidade está em relação com uma base material ou simbólica. Vale ressaltar, tomando como base os estudos de Haesbaert (2016), que tanto o território quanto a identidade são mutáveis num constante movimento de (re)construção e é exatamente este fato que nos instigou a desenvolver um projeto de intervenção pedagógica, o qual relataremos a experiência neste texto. As ações desenvolvidas tiveram o objetivo de problematizar a produção de identidades, a partir da discussão de Hall (2006), assim como das diferenças raciais de modo a valorizar a cultura negra e afrodescendente. Por fim, estas manifestações ganharão destaque na semana da consciência negra, ocasião em que organizaremos um evento para culminância e socialização das ações. Esta ação se justifica pelo movimento da busca por promover uma educação ética, voltada para o respeito e convívio harmônico com a diversidade. Pois acreditamos que o movimento de retomar a reflexão sobre a produção das identidades e das diferenças deve se efetivar no campo da linguagem e da cultura pois é neste contexto em que estas estão no movimento de des-re-construção. Neste sentido, acreditamos que o desenvolvimento de atividades artísticas promove uma transformação no modo de dizer as identidades e territorialidades e nos faz retomar esta produção do discurso preconceituoso é desarticular a violência a partir do preconceito e o racismo. Por isso, consideramos que esta ação reconhece a identidade cultural como um produto plural e produz espaços no questionamento sobre a valorização de determinadas vozes, fazendo-nos refletir sobre o que Djamila Ribeiro (2017) denomina de "lugar de fala", ampliando as territorialidades possíveis. Palavras-chave: Identidade, Consciência Negra, territorialidade, Pibid Referências FERNANDES, Bernardo Maçano. Sobre a tipologia do território. In: Territórios e territorialidades: teorias, processos e conflitos. São Paulo: Expressão Popular, 2008. HAESBAERT, Rogério. O mito da desterritorialização: Do "fim dos territórios" à multiterritorialidade - 10 ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2016. HALL, Stuart. A identidade cultural na pósmodernidade. Trad. de Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. Rio de Janeiro: DP&A, 2006. LYOTARD, Jean-François. A Condição Pós-moderna. Tradução: Ricardo Corrêa Barbosa. - 12º Ed. - Rio de Janeiro: José Olympio, 2009."
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Publicado em 03 de dezembro de 2018

Resumo

EXPRESSÕES ARTÍSTICAS COMO POSSIBILIDADE DE ABERTURA PARA REPENSAR TERRITORIALIDADES E IDENTIDADES NA EEEM DOM DANIEL COMBONI Ana Carolina de Melo Loureiro/ anacarolina_loureiro@hotmail.com / IFES Júlio de Souza Santos/IFES Brenda Mariana de Jesus Santos/IFES Bruna Pereira Guarnier/IFES Girlaine Maria de Souza/IFES Luana Lima da Silva/IFES Pâmela Martini da Silva/IFES William Nascimento de Oliveira/IFES Eixo Temático: Formação inicial e continuada de professores - com ênfase na análise de experiência, programas e políticas. Agência Financiadora: Capes Resumo O presente relato de experiência objetiva problematizar as experiências e práticas educacionais desenvolvidas, no ano de 2018, por/com licenciandos (discentes) em geografia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (IFES), Campus Nova Venécia, na Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Dom Daniel Comboni, no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). É finalidade do PIBID o desenvolvimento de projetos de iniciação à docência nos cursos de licenciatura, em colaboração com os sistemas e as redes de ensino, na perspectiva de valorização do magistério e da promoção da formação inicial e continuada de educadores. Nesse sentido, desde o mês de agosto do referido ano, os discentes do Núcleo do PIBID (Geografia) Nova Venécia, formado pela EEEM Dom Daniel Comboni e por outras duas escolas da rede municipal de Nova Venécia, vêm desenvolvendo ações educativas voltadas para o desenvolvimento de metodologias de ensino e de projetos pedagógicos inovadores, em diálogo com as demandas formativas desses estabelecimentos de educação pública, objetivando a unidade entre as teorias do ensino e as práticas educativas. A EEEM Dom Daniel Comboni, criada em 1964, através da Lei nº 2081/64, já ofertou cursos de magistério, administração e agropecuária e atualmente, essa escola, que funciona nos três turnos, oferta o ensino médio e o curso técnico em análise química. Através do acompanhamento da coordenação de área e da educadora supervisora, os discentes do PIBID, que atuam no turno matutino, nas turmas do segundo e terceiro ano do Ensino Médio e também no Curso Técnico em Análise Química Integrado ao Ensino Médio, vêm atuando em coletivos de trabalho, sobretudo, na observação e na assistência à educadora supervisora nas atividades escolares. Nesse contexto, a partir da interlocução com as categorias de território, territorialidade e multiterritorialidade (HAESBAERT, 2006) e de imaginação espacial (MASSEY, 2008), bem como as perspectivas multiculturalista (HALL, 2006) e de questionamento das metanarrativas (LYOTARD, 2009) e (FERNANDES, 2008), promovemos espaços e tempos de diálogos e de reflexão sobre estas concepções e estimulamos a construção coletiva de expressões artísticas que proporcionem esta abertura de pensar sobre as identidades, em especial a produção das identidade afrodescendentes, considerando que o município de Nova Venécia, que apresenta no próprio nome a marca da colonização italiana. O discurso hegemônico de histórico de ocupação e povoamento dos povos italianos é reforçado pelos principais eventos, espaços da cidade e nos modos de dizer e de agir do lugar. Nesse sentido, evidenciamos, refletimos e problematizamos essa metanarrativa, diante de sua incoerência ao apresentar-se como única possibilidade de enunciar geografias e histórias permeadas pela multiplicidade de versões possíveis, ou dito de outra maneira multiterritorialidades. Deste modo, refletir e agir sobre o modo como imaginamos as identidades e as relações no território está diretamente vinculado ao conceito de "imaginação espacial"(MASSEY, 2008), uma vez que aponta para a necessidade de um olhar atento sobre nossos modos de pensar o espaço visto que este reverbera nas nossas ações espaciais. Inseridos nesse bojo, acreditamos ser importante considerar os discursos sobre as identidades e nossas relações de territorialidade pelo fato de que, como aponta Fernandes (2008), "as disputas territoriais são, portanto, de significação das relações sociais de controle dos diferentes tipos de territórios"(p.200). 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