CONSTRUÇÃO DE UMA COLEÇÃO DIDÁTICA COMO FERRAMENTA DE ENSINO-APRENDIZAGEM EM PARAIPABA- CE
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Ao estudarem os seres vivos, os estudantes comumente desconhecem alguns grupos e sequer viram um exemplar de tais organismos. A aproximação entre a teoria e a prática pode ser mediada por diversas modalidades e recursos de ensino, entre elas o uso de vídeos, aulas de campo, demonstrações, práticas laboratoriais e construção de uma coleção didática. As coleções didáticas não necessitam dos mesmos cuidados na organização e manutenção que as coleções científicas e comumente possuem menor duração, em virtude do manuseio dos itens coletados (SANTOS, 2013). Azevedo et al. (2012) ressaltam que estas coleções podem proporcionar uma melhoria na aprendizagem, pois possibilitam a observação, análise e manipulação dos materiais que as compõem. Os autores argumentam ainda que a utilização de espécies comuns do dia-a-dia transporta os alunos de uma visão antropocentrista para uma na qual eles se identificam como parte do mundo natural. Diante desse contexto, foi criado um projeto para coleta de amostras e montagem de uma coleção didática na E. E. M. Engenheiro Ageu Romero, no município de Paraipaba, Ceará, conduzido por bolsistas do PIBID e contando com a participação de docentes e discentes da escola. O projeto teve início no mês de setembro de 2018 e deverá permanecer na escola de maneira contínua, pois a renovação e ampliação do acervo poderá incluir alunos ingressantes na escola, bem como servidores e pibidianos. O material coletado, identificado e armazenado de maneira adequada está disponível para uso dos docentes da escola durante suas aulas teóricas, como demonstração, ou práticas. O objetivo do projeto foi tornar o processo de ensino-aprendizagem mais dinâmico e efetivo através de uma coleção didática com objetos tangíveis e referentes aos conteúdos ensinados em sala de aula. De acordo com Antony Zaballa (1998), é importante salientar que a questão de aprendizagem vai muito além do "o que ensinar?", mas sim "por que ensinar?". Nessa escolha ficam implícitos também os três tipos de aprendizagem: as conceituais ou factuais, as procedimentais e as atitudinais. Considerando isto, a construção e manutenção da coleção didática, executadas neste projeto, buscam tornar o ensino-aprendizado nessa escola, na área de biologia, mais procedimental, ligado a prática, e atitudinal, ligado a personalidade do aluno. Ainda Zaballa (1998) afirma que o processo de ensino-aprendizado deve buscar aproximar as atitudes dos professores com os alunos, logo, o professor deve diversificar seus métodos, propondo desafios, comparando e estando atento às diversidades presentes em sala de aula. Ademais, Paulo Freire (1997) defende que é essencial que o que se fala seja próximo do que se faz, a tal ponto que "a tua fala seja a tua prática", o que ressalta o caráter procedimental e atitudinal do ensino. Foram coletados exemplares zoológicos e botânicos presentes na fauna e flora da região, o que aproxima o conteúdo e a realidade do aluno, tornando mais fácil a incorporação do assunto estudado. Entre os itens temos exsicatas de algas, briófitas, pteridófitas e amostras de gimnospermas e angiospermas. Além destas, foram adicionados à coleção amostras de fungos e animais preservados em álcool 70% pertencentes a alguns dos principais grupos tais como: poríferos, cnidários, artrópodes, moluscos, equinodermos e vertebrados. Espera-se que a coleção formada possa servir como ponto inicial para estimular uma contínua renovação do acervo com o auxílio de alunos, professores e demais participantes da escola. Antes da aula, o professor terá acesso ao material, armazenado no laboratório de ciências da escola, podendo ele conduzir os alunos para o laboratório, a fim de realizar uma aula prática, ou levar os exemplares, necessários para complementar a aula teórica com material tangível, como demonstração nas aulas expositivas. Espera-se que o projeto contribua para tornar o foco dos alunos maior em relação aos conteúdos de ciências biológicas, e que o interesse destes seja despertado, estimulando-os a ampliar a coleção, bem como facilite a compreensão dos conteúdos e sua relação com a realidade que lhes cerca. Adicionalmente, pretende-se que a aproximação dos discentes com os materiais e conteúdos didáticos do seu dia-a-dia, amplie a compreensão da realidade em que estão inseridos aprimorando seu papel como indivíduos na sociedade e na proteção da biodiversidade. Além disso, na perspectiva docente, contamos que os professores de Ciências Biológicas e áreas afins possam usufruir dos materiais coletados e organizados para ampliar seus recursos e possibilidades didáticas, facilitando a execução de demonstrações e aulas práticas mesmo no contexto de reduzido tempo para tal, frequente no cotidiano escolar. Palavras-chave: Coleção zoológica, Herbário, Biodiversidade. Referências: AZEVEDO, H. J. C.C.; FIGUEIRÓ, R.; ALVES, D. R.; VIEIRA, V.; SENNA, A. R. O uso de coleções zoológicas como ferramenta didática no ensino superior: um relato de caso. REVISTA PRÁXIS ano IV, nº 7 - janeiro, 2012. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1997. SANTOS, M. C. F. dos. Coleções biológicas para o ensino de ciências: o Herbário Didático do Instituto de Aplicação da UERJ. Cadernos do Aplicação, Porto Alegre, v. 26, n. 1, p. 11- 18, 2013. ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. 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