Os manguezais são ecossistemas costeiros de grande importância ambiental, social e econômica, porém estes ambientes são vistos pela maioria das pessoas como um lugar inóspito a vida e sem qualquer importância, e por conta disso acaba sendo explorado de maneira depredatória. Uma das causas desse problema é a diferença de percepções por diferentes conjuntos sociais acerca da função e importância dos ecossistemas existentes em nosso planeta. Portanto, projetar ações que contribuam para a criação de uma nova percepção é fundamental para a preservação do meio ambiente e uma das ferramentas para que ocorra essa conscientização é a aplicação da educação ambiental em contextos não escolares. A despeito disto, o objetivo neste trabalho foi analisar a percepção dos alunos do projeto Estudos de técnicas de inteligência computacional utilizadas como recurso tecnológico no monitoramento do ecossistema manguezal para preservação ambiental e planejamento energético da microrregião Bragantina (TECOPAM) antes e após o primeiro contato com o ecossistema manguezal utilizando como recurso a educação ambiental em contextos não escolares. Foi criado um roteiro para servir como guia de consulta para que os alunos associassem a literatura estudada com o que seria observado em campo. Os alunos juntamente com a orientadora realizaram uma visita a área de manguezal que fica localizada em São João de Pirabas com o intuito de observar as características do ambiente. Após o reconhecimento da área, foi realizada uma entrevista em forma de roda de conversa. De acordo com a percepção dos alunos, a literatura não define completamente as características e a dinâmica do ecossistema de manguezal. Em relação a flora, os alunos conseguiram visualizar as características de cada gênero de mangue presente na área de estudo. Anteriormente a visita, os alunos acreditavam que cada espécie vegetal se encontrava em uma zona diferente da outra, porém, perceberam que as espécies estavam misturadas, com diferença de predominância nas zonas observadas. Também pôde-se perceber uma biodiversidade maior que a esperada.Através deste trabalho, foi possível perceber na prática que a educação ambiental em contextos não escolares e o contato com a natureza são ferramentas muito eficientes na construção de novos saberes e percepções, pois a visita ao manguezal possibilitou aos alunos um contato direto com o ambiente, gerando assim a agregação de novos conhecimentos e a construção de novas percepções acerca do ecossistema.