A previsibilidade de chuvas popular está intrinsecamente ligada aos pequenos agricultores, que desenvolveram um modo sensível de ler os sinais emitidos pela natureza e ver a chuva como um presente divino, assim como forma de estratégia através da observação se prepara para abundancia em plena mata seca, caatinga. Esse trabalho objetivou identificar a incidência e o uso da climatologia popular através dos sinais emitidos por espécies vegetais e como a observação da natureza pode ajudar essas pessoas a se prepararem para os tempos de chuva na escolha do tempo certo para o plantio, evitando perdas. O presente estudo foi realizado no município de Fagundes situado no estado da Paraíba, agreste paraibano, (7°20’45.56”S, 35°47’51.13”W), foram realizadas entrevistas com 20 pessoas, sendo 13 homens e 7 mulheres com faixa etária entre 28 e 75 anos de idade, as entrevistas foram realizadas com pessoas que se mostraram estar diretamente envolvidas com a agricultura de subsistência, através de questionário semiestruturado deixando as pessoas livres para relatar as suas experiências de chuva e seca. Foram mencionadas 22 espécies bioindicadoras de chuvas, dessas, dezoito espécies nativas da caatinga e 4 exóticas, tal quais o pau santo (Kielmeyera speciosa A.St.-Hil.), (30%), algaroba (Prosopis juliflora Sw.), (15%), mangueira (Mangifera indica L.), (10%), serigueleira (Spondias purpurea), (5%) as espécies mais citadas foram o juazeiro (Zizyphus joazeiro Mart.), mandacaru (Cereus jamacaru DC.), marizeiro (Geoffroea spinosa) e o pau d’arco (Tabebuia sp.), onde foram citados por 40% dos entrevistados, o sinal mais comum observado foi a floração e frutificação. Verificou-se que mesmo tendo acesso a informação meteorológica os entrevistados preferem basear-se pelos sinais emitidos pela natureza, e relacionam o inicio e o término do inverno através desses sinais, identificando assim as duas estações inverno e verão, o conhecimento está relacionado com crenças e religiosidade, já que essas pessoas atribuem esses sinais a divindade.