Nesse trabalho acadêmico são feitas referências à região do Semiárido brasileiro, considerando informações desde o Século XVI, época em que se pensava nesta, como uma região sem valor ecossocial. Desde muito tempo, havia generalizações quanto ao convívio do homem nordestino em meio às condições da seca, mas, só recentemente é que surgiram políticas públicas, visando a mitigação dos problemas socioais e econômicos gerados a partir da questão climática da região. Buscando analisar sua eficácia na aplicação e nos resultados esperados, é que foi realizado aqui, um estudo de caso da Comunidade de Caroalina, localizada em Sertânia, município do Sertão Pernambucano, que se beneficia diretamente do Caroá (Neoglaziovia Variegata), uma espécie de bromélia típica das áreas de Caatinga. O Caroá, após coletado, é beneficiado para, a partir disto, gerar produtos dos mais diversos. Suas folhas fornecem fibra para a confecção de barbantes, linhas de pesca, tecidos, cestos, esteiras e chapéus, além de outras peças artesanais e decorativas que são exploradas e comercializadas de maneira responsável, tanto social, quanto ambientalmente. A comunidade de Caroalina dista em 320 km de Recife, capital do Estado de Pernambuco, nela é desenvolvido o Projeto “Mulheres na Produção Artesanal em Caroalina - PE”, que assim, as inclui na composição da renda familiar e cresce gradativamente com o apoio de várias entidades da iniciativa privada e governamental, algumas delas, inclusive no âmbito internacional, cooperando assim, para amenizar os efeitos da seca, melhorando o convívio da população em situação adversa, muito comum no Semiárido. O termo “combate à seca” não deve mais ser utilizado, pois esta situação está ligada a condições climáticas. Assim, as políticas públicas - de desenvolvimento sustentável - vêm melhorando a qualidade de vida da população, com a realização de projetos de médio e longo prazo, objetivando o convívio harmônico do homem sertanejo com a seca.