Investigamos o papel pedagógico do Programa de Leitura Compartilhada de Histórias nos processos de alfabetização e letramentos de alunos em situação de deficiência intelectual e/ou múltipla da APAECG, pela análise da apropriação das estratégias sócio afetivas de inserção escolar mediadas pela leitura e de escrita para estes alunos. A pesquisa contou 20 alunos em situação de deficiência intelectual (LI) e 17 professores da APAECG, realizamos entrevistas semi-estruturadas, observações participantes de sessões de leitura e escrita e análises do desempenho discente no início e final da pesquisa. Constatamos a apropriação de estratégias metalinguísticas e melhorias nos aspectos funcionais, de estratégias socioculturais e de ganhos de letramento literário e de estratégias afetivas pelos LI. Esses fatores possibilitaram a ressignificação da subjetividade de dominação inicialmente observada nas atitudes de espera, reprodução/regulações automáticas e resistência a ler na escola. Essa ressignificação construiu uma subjetividade assertiva, quando o LI assume a condição de protagonismo letrado, com atitudes de afirmação pessoal e de pertencimento social na comunidade discursiva do programa, autodeterminação para interagir socialmente e expressar o usufruto da verossimilhança entre o ele próprio e o livro de sua autoria, centração/ foco nas situações de ensino-aprendizagem, posicionamento/contra argumentação e corresponsabilidade com a melhoria da qualidade de sua vida social e escolar, marcantes na educação inclusiva. Os processos de subjetivação, pela ressignificação podem ser incorporados na implementação de políticas de educação inclusiva, quanto à formação leitora de alunos em situação de deficiência intelectual.