Partindo do reconhecimento da importância dos espaços rurais em seus diversos aspectos na formação do Brasil, olharemos, nesse artigo, para o aspecto educacional. Compreendemos que esses espaços têm valor, são diversos, vivos, ricos culturalmente e com potencial educativo. Tal compreensão é verificada na área emergente e no conceito-movimento Educação do Campo, que considera o campo, os modos de vida que se processam neste espaço e os camponeses como atores fundamentais à produção de um processo educativo. Depois de realizar algumas considerações dos pontos de vista histórico e teórico a respeito do campo e da Educação do Campo, relatamos nossa primeira experiência prática nesse contexto, momento no qual constatamos que o campo possui especificidades, apesar de manter relações permanentes com a sociedade mais geral, devendo tais especificidades ser consideradas nas práticas pedagógicas das escolas inseridas em espaços rurais. Na experiência aqui relatada, apresentaremos a descrição de algumas vivências realizadas com as crianças durante o processo educativo em uma instituição educacional situada em uma comunidade rural da Paraíba, evidenciando nossa postura profissional, que teve como base o conhecimento e o reconhecimento do campo e seus sujeitos e a consideração de sua riqueza em termos subjetivos, ambientais e educativo. Nossas práticas pedagógicas consideraram as vivências cotidianas das crianças, suas culturas e seus modos de vida, reconhecendo-os como fundamentais à construção de uma Educação do Campo.