As operações de exploração e produção de petróleo geram resíduos oleosos em suas unidades (caixas API, flotadores, tratadores de óleo, tanques de armazenamento etc.) ou nos derramamentos acidentais. As borras oleosas são resíduos com aspecto pastoso contendo sólidos minerais, óleo emulsionado, água, sais e aditivos químicos utilizados no processo de produção. Em geral, não há recuperação do óleo presente no resíduo, o que gera um grande passivo ambiental e prejuízo financeiro. Nesse contexto, o presente trabalho aborda a caracterização de borras oleosas e a aplicação de uma técnica para recuperar o óleo, baseada na extração do óleo com condensado de gás natural,C5+, seguido de uma separação por força de campo, capazes de separar maior parte do óleo e agregar valor ao resíduo. As amostras de borras oleosas e suas frações foram caracterizadas quanto ao teor de água livre e sedimentos (BSW), sólidos totais, salinidade, distribuição tamanho de gotas na fase líquida e teor de asfaltenos e de resinas.O tratamento da borra foi feito adicionando-se quantidades planejadas do agente surfactante Dissolvan® da Clariant e de condensado de gás natural (C5+), em duas etapas: mistura e decantação. Fez-se a separação das fases por centrifugação, tendo sido alcançadas recuperações de óleo de até 99,9%. Acredita-se que, em função das quantidades de borras oleosas produzidas, a recuperação do óleo seja vantajosa em relação às técnicas destrutivas de tratamento e disposição final, a exemplo de incineração, coprocessamento em fábricas de cimento, incorporação em materiais cerâmicos, encapsulamento para inertização dos resíduos, degradação biológica em landfarming, entre outros, porém faz-se necessária uma análise do processo à luz da Engenharia Econômica.