Nos dias atuais podemos observar como grande desafio na sala de aula para professores da educação básica é ensinar a leitura, não apenas decifrar códigos, mas sim a despertar o hábito de ler. Seja por prazer, seja para estudar ou para se informar, a prática da leitura aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a interpretação.
Com o avanço das tecnologias do mundo moderno, cada vez menos as pessoas interessam-se pela leitura. A leitura favorece o aprendizado de conteúdos específicos, aprimora a escrita, enriquece o vocabulário, estimula a memória e serve como principal combustível para a imaginação.
O livro é o elo que nos liga a outros povos, à outros tempos e a outros pensamentos, é através do livro que conhecemos e nos reconhecemos na historia.
O projeto Biblioteca ambulante II surge da necessidade de uma biblioteca que ultrapassa os muros da escola levando a nossa comunidade a oportunidade do contato direto com a literatura e a toda população a possibilidade de tornarem-se leitores. Tendo em vista que atualmente em nossa cidade não disponibilizamos de uma biblioteca pública, a qual a mesma se encontra fechada a alguns meses, ao observar a situação, como educadora e como professora de língua portuguesa, sinto-me responsável como formadora de leitores, e não apenas leitores dentro da escola, mas leitores dentro e principalmente fora dos espaços escolares.
Propor uma Biblioteca Ambulante é ao mesmo tempo buscar conscientizar as pessoas da prática de leitura no dia- a- dia. A biblioteca Ambulante cria condições para o acesso a leitura favorecendo a inclusão social. O empréstimo das obras é fundamental, tendo em vista que as pessoas não têm tempo de irem a uma biblioteca pública por estarem trabalhando no horário de funcionamento das bibliotecas, dessa forma a biblioteca ambulante contribui oferecendo o acesso ao livro e a uma biblioteca pelas ruas da cidade.
A leitura consiste em perceber e compreender as relações existentes no mundo. Ler é atribuir sentido ao texto e também relacioná-lo com o contexto como destaca Marisa Lajolo (1982) ”Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É, a partir do texto, ser capaz de atribuir-lhe significação, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura que seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a esta leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo outra não prevista.”
Entretanto, a prática de leitura em sala de aula ainda é bastante limitada, onde textos são utilizados apenas para trabalhar conteúdos gramaticais, exercícios e produções textuais, a leitura por prazer ainda não é bem aceita / praticada.
Cabe a escola enquanto espaço de formação e promoção das práticas leitoras possibilitar ao educando condições favoráveis para que ele possa exercer o ato de ler de forma plena.
Trabalhar em uma escola onde muitos educadores não estimulam seus alunos a criar, nos fez buscar um novo modelo de aprendizagem através da Pedagogia de Projetos e da Interdisciplinaridade, até mesmo porque acreditamos na escola como um lugar onde se promove a criação, a reflexão, e a experiência.
Além disso, os desafios deste mundo contemporâneo exigem um conhecimento teórico-prático e a escola tem que buscar inovar a cada dia, considerando os novos paradigmas para formar cidadãos que possam ser gestores de seu próprio conhecimento e que tenham a criticidade.
Diante disso senti a necessidade de promover um momento em que os alunos fossem sujeitos de uma prática de leitura, atuando como protagonistas, em que os mesmos propusessem a leitura a nossa comunidade. Ainda dessa forma busco um resgate nas leituras realizadas em sala para que os mesmos possam socializar essas leituras, dramatizar e realizar outras leituras, revisitando dentro dessa prática alguns descritores da Prova Brasil de Língua Portuguesa e Matemática. Propor lugares que são frequentados diariamente como: alguns comércios locais, a praça pública, o mercado da feira central, e o calçadão do fórum municipal, lugares que possuem uma grande frequência de pessoas que muitas vezes passam e não tem tempo para se deslocarem até uma biblioteca, os alunos vão estar nesses locais com a “Biblioteca Ambulante “para fazerem a oferta e proporcionar momentos de leitura.
A turma responsável pelo projeto foi escolhida por sempre demonstrarem o gosto e o hábito por leituras o que facilitara a indicação de obras lidas em sala ou em casa. Os alunos durante a exposição nas ruas para empréstimos dos livros também farão socialização de leituras, dramatizações e declamação de poemas.