Em 2011 no Brasil, o câncer foi responsável por 16,4% dos óbitos, sendo a segunda causa de mortalidade e perdendo apenas para as doenças cardiovasculares. Uma possível estratégia que visa melhorar a eficácia terapêutica dos quimioterápicos e diminuir seus efeitos adversos consiste na utilização de sistemas coloidais nanoparticulados, e dentre os mais utilizados nessa prática estão os lipossomas. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi fazer uma revisão de literatura sobre as vantagens do uso de lipossomas no tratamento de câncer. Foi realizada uma revisão sistemática selecionando artigos publicados no ano de 2018, nos idiomas de português, inglês e espanhol, em revistas e jornais relacionados ao tema de biotecnologia e nanotecnologia. A pesquisa foi feita através de plataformas on-line, utilizando o Science Direct, Web of Science, Periódicos Capes e Scielo como base de dados. As palavras chave utilizadas para a pesquisa dos artigos foram: “liposomes”, “cancer”, “nanotechnology”, “antitumor” e “anticâncer”. Inicialmente, rastrearam-se 70 estudos nas bases de dados mencionadas e após todas as etapas de seleção citadas anteriormente, apenas 8 atendiam aos critérios de inclusão estabelecidos para a presente revisão. A literatura recente mostrou o amplo uso dos lipossomas no tratamento de câncer específicos e no tratamento do câncer em geral, observando as características distintas entre as células tumorais e as normais. Uma dessas características seria o fato dos tecidos cancerosos terem pH mais ácido quando comparado aos tecidos normais, podendo-se assim direcionar os lipossomas aos locais desejados a partir da modificação de pH, melhorando a especificidade do tratamento e diminuindo os efeitos colaterais. Neste sentido, os lipossomas são considerados uma alternativa promissora para vencer as barreiras de heterogeneidade morfofisiológica impostas pelas células tumorais.