A população semiárida brasileira corresponde a aproximadamente 11% da população do país, sendo que quase metade deste quantitativo reside em áreas rurais e subsistem sob grande vulnerabilidade social e econômica. Segundo estudos da Embrapa Semiárido (CPATSA/Embrapa), 60 dias após o encerramento do período das chuvas, 550 mil dos 2,6 milhões de estabelecimentos rurais da região passam a viver sem qualquer tipo de água para o consumo humano ou animal, nos seus próprios agro ecossistemas familiares. Se considerarmos um período de 120 dias após o término das chuvas, podemos projetar que mais de 1 milhão de estabelecimentos fiquem sem qualquer fonte de água no período de seca. Além da escassez hídrica, a população destas localidades ainda têm que conviver com insolação média de 2800 h/ano, e umidade relativa do ar média em torno de 50%. As temperaturas muito elevadas, em torno de 26ºC, com pequena variação interanual, que inspira uma situação de maior cuidado referente ao calor. Esta pesquisa tem por objetivo o levantamento de dados comprobatórios que justifiquem a aplicabilidade do uso de telhados verdes no semiárido e o desenvolvimento de políticas públicas de incentivo de uso. Dessa forma, o uso dos telhados verdes na região semiárida se justifica ao ponto que os mesmos constituem um elemento capaz de promover conforto térmico além de diminuição de escoamento superficial e da possibilidade de captação de águas pluviais para reuso doméstico por parte da população que enfrenta longos períodos de escassez sendo, assim, técnica viável para investimento por parte de políticas públicas.