Evidências mostram que o uso de benzodiazepínicos traz prejuízos em diversos aspectos da funcionalidade normal do indivíduo. Não obstante tais dados, o uso crônico dessas drogas é alto entre idosos. Baseado nisso, este estudo objetivou analisar possíveis associações entre o uso de benzodiazepínicos e queixas de memória em pacientes idosos do Ambulatório da Memória/Paraíba, assim como o perfil epidemiológico, tal como prevalência de utilização de fármacos. Foram analisados 99 prontuários padrão do Ambulatório com informações acerca do paciente e do diagnóstico. O público estudado foi composto por idosos, sendo todos com mais de 60 anos e média de idade de 78,1 anos. As queixas de memória foram relatadas por 50% dos indivíduos. Não houve correlações entre o uso de medicação e queixas de memória, nem entre uso de benzodiazepínicos e queixas de memória. A prevalência do uso de benzodiazepínicos nesse estudo foi de 41,2%. Concluem os autores da necessidade de se reavaliar o paradigma do modelo biomédico, evidenciando fragilidades no uso crônico de medicamentos.