Tratou-se de um estudo descritivo, transversal de abordagem quantitativa, que teve como objetivo descrever
o perfil sociodemográfico dos idosos entrevistados, identificar a prevalência de violência contra o idoso, e
analisar a associação entre a violência contra o idoso e os aspectos socioeconômicos desta de uma unidade
básica de saúde do município de Recife, Pernambuco. A amostra foi composta por 159 idosos. Os dados
foram coletados a partir de um questionário socioeconômico e o Conflict Tactics Scale (CTS-1), um
instrumento para rastreio de violência, já traduzido e validado para o Brasil. Os dados obtidos foram
tabulados no SPSS e realizadas análises descritivas (frequência absoluta e relativa) e inferencial (associação
por meio do Qui-quadrado de Person). Em relação ao perfil sociodemográfico da amostra, prevaleceu o sexo
feminino com 76,7% (n=122), no intervalo de idade entre 60-70 anos (n=85, 53,5%), que eram alfabetizados
(n=106, 66,7%), viúvos ou que nunca haviam casado (n=80, 50,3%), que dividiam residência com 1-4
pessoas (n=112, 70,4%) e tinham renda de até um salário mínimo (n=113, 71,1%). Quanto ao tipo de
violência, a violência psicológica foi a mais comum com 34,6% (n=55). Houve significância estatística na
associação entre o estado civil e a ocorrência de violência psicológica (p=0,030), e o estado civil e a
violência física menor (p=0,006). Esse destaque da violência psicológica entre os demais tipos de violência
se deve ao fato de que ela perpassa todos os outros tipos de violência e é também o tipo de violência que
primeiro surge em uma situação de abuso.