O uso de plantas medicinais é uma prática efetiva passada de geração para geração, há milhares de anos, e recebe influências culturais de diversas nações, gerando e mantendo conhecimentos populares de grupos que mantém relação com as espécies medicinais. A ampla biodiversidade do Brasil aliada à rica diversidade sociocultural desperta interesses sobre os conhecimentos populares dessas plantas, que, geralmente, são atribuídos aos idosos por manterem relações mais diretas com tal prática. Logo, formam-se afetos associados às conexõs entre idosos e plantas. Este estudo objetiva verificar como os idosos de um condomínio residencial da Paraíba adquiriram seus conhecimentos populares sobre as plantas medicinais, quais destas eles conhecem, como as denominam, quais são mais utilizadas por eles, quais as indicações terapêuticas de cada uma, além de analisar como os residentes do condomínio são envolvidos por processos afetivos relacionados às plantas que utilizam. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória. Foi realizada por meio de observação simples e entrevistas semi-estruturadas realizadas com 5 moradores do local. Desta forma, percebeu-se que os conhecimentos populares sobre as plantas medicinais foram adquiridos desde a infância, entre familiares. Os entrevistados mencionaram dezenas de plantas, demonstraram conhecimentos sobre indicações terapêuticas e contraindicações, além de apresentarem ligação prazerosa, afetiva e social com as plantas utilizadas. Portanto, foi percebido que os saberes populares foram adquiridos socioculturalmente, e os atos de plantar, utilizar, conversar sobre o assunto e indicar as plantas constituem-se como geradores de bem-estar aos idosos entrevistados, garantindo equilíbrio psíquico a eles.