Introdução: durante o processo de envelhecer, as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) são frequentemente identificadas e o aumento da incidência destas está relacionado com maior perda da autonomia entre os idosos. As DCNTs são consideradas um problema de saúde pública de maior magnitude por ser uma das principais causas de mortes no mundo, sendo alvos de programas e ações em diversos países em busca de seu controle e prevenção. A partir disso, o presente estudo objetivou caracterizar o perfil socioeconômico e estimar a prevalência das doenças auto relatadas entre idosos comunitários. Metodologia: tratou-se de um estudo quantitativo descritivo, do tipo transversal, realizado no município de Recife-PE no período de março de 2016 a maio de 2017. A amostra resultante foi constituída por 159 idosos. Foi utilizado um questionário de doenças auto relatadas. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde, CAEE: 51557415.9.0000.5208. Resultados e discussão: observou-se que 53,5% (n=85) dos idosos apresentavam faixa etária entre 60-70, 76,7% (n=122) eram do sexo feminino, 66,0% (n=105) eram viúvos, divorciados, ou nunca casaram, 66,7% (n=106) sabiam ler e escrever, 79,2% (n=126) não trabalhavam e 71,1% (n=113) recebiam até 1 salário mínimo. No que diz respeito a frequência das doenças auto relatadas, verificou-se o predomínio da artrite ou reumatismo (34,6%; n=55), seguido da osteoporose (25,2%; n=40) e depressão (23,9%; n=38). A persistência de sintomas osteoarticulares como a dor articular podem ocasionar alterações das funções e incapacidades progressivas, contribuindo para o afastamento dos idosos de seu convívio social e causando impactos negativos em sua qualidade de vida. No Brasil, 31,3% (n=59,5 milhões de pessoas) apresentavam ao menos uma doença crônica e 5,9% afirmaram ter três ou mais doenças crônicas e a idade foi um dos fatores que possibilitaram o aumento da prevalência dessas doenças. A implementação de intervenções efetivas para a prevenção das doenças crônicas é determinada, em sua maioria, pela capacidade do sistema de saúde, sendo necessário o engajamento governamental em priorizar programas voltados para esse contexto. Com isso, estimular estratégias que incentivem a elaboração de intervenções e ações que impulsionem a adoção de comportamentos e hábitos de vida saudáveis é desafiador e constituem uma das prioridades a nível nacional, estadual e municipal. Conclusão: houve o predomínio de idosos jovens, mulheres, viúvos, divorciados ou que nunca casaram, alfabetizados, que não trabalhavam e com renda de até 1 salário mínimo. As doenças osteoarticulares tiveram destaque. Cuidar da pessoa idosa levando em consideração as avaliações das DCNTs é uma estratégia de diagnóstico precoce, garante um cuidado ao idoso baseado em suas reais necessidades. O maior aprofundamento das investigações abordadas nesse estudo poderá revelar dados que irão subsidiar a promoção de ações que busquem impedir o surgimento ou progresso das doenças. Essas ações objetivam a melhoria do cuidado ao idoso a fim de manter a independência e autonomia destes durante o maior tempo possível.