O infarto agudo do miocárdio (IAM) é uma das causas de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo. Nas últimas décadas, os tratamentos com o uso de medicamentos cardioprotetores e as terapias de intervenção em cardiologia, contribuíram para o aumento da sobrevida desses indivíduos. Em idosos, esse aumento de sobrevida é frequentemente acompanhado de maior probabilidade de complicações de saúde e acumulo de fatores de risco.
Objetivo: Descrever os fatores de risco cardiovascular, nível de atividade física, índice de massa corporal (IMC) e qualidade de vida em idosos com histórico de IAM.
Metodologia: Estudo descritivo, transversal, quantitativo, realizado em Unidades de Saúde da Família (USF) no município de Ribeirão Preto / SP. Os participantes foram encontrados por meio de revisão de prontuário das USF e elencados todos os que apresentassem 60 anos ou mais de idade e que apresentassem histórico de IAM. Os dados foram obtidos por meio entrevista individual em domicílio com aplicação de questionário semi-estruturado e mensuração de variáveis antropométricas. Foi utilizado o Questionário Internacional de Atividade Física versão curta (IPAQ-C) e o Medical Outcomes Study 36 – Item Short – Form Health Survey. Para cálculo do IMC foi utilizado a fórmula altura(m)2/peso(kg). A análise estatística foi realizada com média, desvio padrão, frequência simples e números absolutos.
Resultados: Participaram 30 idosos que apresentam histórico de IAM, em igual proporção de gêneros, sendo 56,7% destes se encontram na sétima década de vida. A maioria dos indivíduos são brancos, vivem em união estável, com baixo nível de escolaridade, de religião católica, aposentados ou pensionistas, com baixo nível de classificação socioeconômica e sem convênio de saúde particular. Os fatores de risco mais relatados foram hipertensão arterial (93%), dislipidemia (53,3%) e diabetes mellitus (46,7%). Foram classificados como ativos em relação à prática de atividade física 30% dos indivíduos. Dentre estes, 40% são mulheres. De acordo com a classificação do IMC, a maioria (53,3%) dos participantes em igual gênero apresentaram sobrepeso e 26,6% algum grau de obesidade. Em relação a qualidade de vida, a média dos escores mais baixos foram: capacidade funcional (62,17, DP 29,32), limitações por aspectos físicos (68,33, DP 38,8) e vitalidade (62,83, DP 21,16).
Conclusão: Foram identificados sobrepeso e obesidade, além de baixo nível de atividade física e pior qualidade de vida em relação aos domínios limitação física, capacidade funcional e vitalidade. Os fatores de risco mais relatados foram hipertensão arterial, dislipidemia e Diabetes Mellitus.