Levantamentos de fauna podem fornecer informações essenciais a respeito dos aspectos da história natural, distribuição temporal e espacial das espécies. Esses dados podem servir de base para elaboração de medidas efetivas de manejo e conservação das áreas naturais, a exemplo de algumas regiões do domínio fitogeográfico Caatinga. Compondo parte da fauna encontrada na Caatinga há a herpetofauna, grupo que compreende os anfíbios e os “répteis”. Esse grupo é interessante para levantamentos devido ao fato de serem considerados organismos indicadores de qualidade do ambiente e de fácil amostragem. Considerando isso, o objetivo desse estudo foi apresentar, de forma preliminar, a herpetofauna de uma área de Caatinga no estado de Alagoas, nordeste do Brasil.
As amostragens foram realizadas entre os dias 8 e 12 de maio de 2017 em áreas localizada no município de Delmiro Gouveia. Para a coleta, foi utilizado o método de busca ativa visual. Os indivíduos foram capturados manualmente, tiveram suas medidas aferidas, foram eutanaziados e depositados na coleção científica do setor de herpetologia no Museu de História Natural da Universidade Federal de Alagoas - MHNUFAL.
Foram registradas 15 espécies de anfíbios distribuídas em cinco famílias: Bufonidae (2), Hylidae (4), Leptodactylidae (7), Microhylidae (1), Pipidae (1) e 20 espécies de “répteis” distribuídas em nove famílias: Gekkonidae (2), Gymnophthalmidae (1), Leiosauridae (1), Mabuyidae (2), Phyllodactylidae (3), Teiidae (3), Tropiduridae (3), Boidae (1), Dipsadidae (3) e Viperidae (1). As espécies de anfíbios mais abundantes foram espécies da família Leptodactylidae Pleurodema diplolister, Leptodactylus macrosternum e Physalaemus cicada e Hylidae Scinax x-signatus. Entre os “répteis”, destacaram-se as espécies de lagartos Gymnodactylus geckoides, Phyllopezus pollicaris, Ameivula ocellifera e Tropidurus hispidus. Dessa forma, a região apresentou uma herpetofauna de necessidades ecológicas generalistas, com espécies de ampla distribuição e tolerantes a perturbações no ambiente natural. Amostragens de maior duração e com metodologias complementares devem ser aplicadas na área para investigar a potencial diversidade não amostrada nesse estudo. Práticas de recuperação do ambiente devem ser incentivadas para aumentar a diversidade local e mitigar a perda de ambiente natural, que tem ocorrido de forma acelerada em áreas naturais da Caatinga.