Introdução: A população idosa está inserida em um processo dinâmico de crescimento, demandando reflexões no campo das ações em saúde. Juntamente com o aumento da população idosa alguns estudos apontam para um aumento do número de casos de tuberculose nesse público. A tuberculose é designada como uma doença infecciosa e crônica causada pelo Mycobacterium tuberculosis, o qual pode ter facilmente a capacidade de se desenvolver em indivíduos que apresentam alterações no sistema imunológico. Levando em consideração esse aspecto é necessário que os profissionais proporcionem um olhar voltado para o público idoso, pois muitos apresentam déficits imunológicos que são propícios para a infecção. Objetivo: Identificar os casos de tuberculose na pessoa idosa durante o período de 2008 a 2012, refletindo sobre os dados socioeconômicos, clínicos e laboratoriais. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de abordagem descritiva e quantitativa, integrante de um estudo maior vinculado ao Programa de Iniciação Científica (PIVIC) intitulado determinação social da tuberculose no município de Campina Grande – PB. Foi utilizado os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) de CG. E como critérios de inclusão foram selecionados os dados do período de 2008 a 2012, a idade a partir de 60 anos, onde foram avaliados variáveis socioeconômicas, dados clínicos e laboratoriais oriundas da ficha de notificação. Os dados foram analisados pelo software Epi Info. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética e pesquisa da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Resultados: Através dos dados de Notificação individual identificou-se 65 idosos com diagnóstico de tuberculose, desses 43 eram do sexo masculino e 22 do sexo feminino. Em relação à raça/cor, 27 se consideravam da raça branca, 33 parda e 5 preta. Em relação aos dados clínicos, a forma pulmonar foi predominante em 53 casos enquanto 12 casos foram na forma extra pulmonar, sendo 4 pleural, 1 ocular, 1 mediastino, 4 ganglionar e 2 óssea. Dentre os agravos associados, destacam-se a hipertensão arterial sistólica, diabetes mellitus, alcoolismo, cirrose hepática, tabagismo, DPOC, usuário de crack, e indivíduos com AIDS. Os dados laboratoriais demonstraram que 4 idosos apresentaram teste HIV positivo e 14 negativo, entretanto é necessário ressaltar que 42 idosos não realizaram o teste e 5 estavam em andamento. Conclusão: Através da análise dos dados foi possível identificar os principais agravos que acometem a população idosa e, que se tornam fatores de risco para o agravamento da situação de saúde associado à tuberculose. Um aspecto preocupante através da análise dos dados é em relação a não realização do teste HIV. Devido o contexto sócio cultural, muitos idosos acreditam que ao realizar o exame anti HIV estão rompendo com os seus valores, sendo assim, é necessário que o profissional de saúde ao abordar a pessoa idosa saiba respeitar sua percepção, mas também orientar no sentido de desmistificar concepções que expõem o idoso a vulnerabilidade.