Pessoas idosas estão sujeitas a vários eventos de vida, que muitas vezes são experenciados como estressantes. Neste estudo, se investigou os eventos estressantes mais freqüentes em idosos residentes na cidade de Campina Grande, Paraíba, assim como a intensidade atribuída aos eventos, e a relação destes com a percepção da própria saúde. Foram utilizados como instrumentos de coleta de dados: Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), a Escala de Eventos Estressantes desenvolvida por Aldwin, constituída por 41 itens, questões sóciodemográficas e uma questão onde se perguntou aos participantes como consideravam sua saúde. A análise dos dados foi realizada através do software estatístico SPSS. Participaram do estudo, 381 pessoas de ambos os sexos (73,5% mulheres e 26,5% homens), a idade dos participantes variou de 60 a 96 anos (M= 71,50; DP= 8,0). A grande maioria (44,1%) casada ou vivendo com companheiro, e com ensino fundamental (53,3%). Os eventos relatados com maior freqüência estão ligados a finitude e adoecimento, quais sejam “Morte de um parente próximo”, “Doença ou piora no estado de saúde”, “sensação de que a memória estava piorando”, e “Morte de um amigo muito chegado”. Quanto à intensidade dos eventos considerados mais estressantes, destaca-se “Morte de um parente próximo”, e “doença ou piora no estado de saúde”. Os eventos estressantes mais relatados pelos homens foram, “Morte de um parente próximo”, e “Morte de um/a amigo/a muito chegado”, pelas mulheres foram os eventos “Morte de um parente próximo”, e “Doença ou piora no estado de saúde”. Os participantes do sexo feminino apresentaram níveis mais elevados de estresse do que os homens. O mesmo acontece com os que consideram o dinheiro como não suficiente para as necessidades diárias, em relação aos que consideram suficiente. Observou-se ainda que os participantes que avaliaram a própria saúde como ruim, apresentaram maior média de estresse. Destaca-se que além de maiores níveis de estresse, as mulheres apresentaram pior percepção da própria saúde, chamando atenção para o fato de que a doença ou piora no estado de saúde, é um dos eventos estressantes mais relatados pelas mulheres. Ratifica-se neste estudo que as mulheres apresentam mais estresse que os homens, como também percebem sua saúde de forma mais negativa.