Estima-se que, nos próximos anos, haja um crescimento da população brasileira com mais de 60 anos, o que aumenta a necessidade de atenção e combate à violência praticada dentro do ambiente familiar contra essa parcela da população. Muitas famílias terão idosos sob suas responsabilidades, entretanto nem todas estão preparadas para atender as necessidades específicas deles, o que muitas vezes acaba gerando ações violentas por parte dos cuidadores. Diante disso, percebe-se a necessidade de estudos e pesquisas voltadas para a pessoa idosa, que aprofundem esse tema, possibilitando uma melhor compreensão do universo complexo que envolve agressores e vítimas da violência. Objetivo: Com vistas a contribuir com essa temática, o presente trabalho busca apresentar os principais tipos de violência das quais os idosos da cidade do Natal/RN são vitimas no âmbito familiar. Foram utilizados dados coletados junto aos registros de denúncias do Programa SOS Idoso, da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social, que atua no combate à violência contra a pessoa idosa no âmbito familiar, no município do Natal/RN. Metodologia: Este trabalho se constitui em uma pesquisa não experimental, descritiva, retrospectiva e documental, com desenho de corte transversal referente ao período de 01/01/2009 a 19/08/2011. Foram obtidas informações que apontaram as variáveis do idoso e suas famílias, as quais foram organizadas com o auxílio do Programa SPSS 16.0. Resultados: No período estudado, foram registradas 1506 denúncias de violência contra a pessoa idosa, sendo, em sua maioria, situações de negligência (19,05%), seguidas de agressão psicológica (15,09%) e desvio de proventos (11,28%). Conclusão: Pode-se perceber que ainda é muito forte o estigma de que o idoso é um ser incapaz e, com isso, gera-se a exclusão e a segregação dessa classe. A maior parte das vítimas vive em condições de vulnerabilidade social, com acesso restrito aos mínimos recursos e políticas sociais e acabam sendo vítimas de situações de violência, sobretudo, em seus ambientes familiares. Este fato, muitas vezes resulta em prejuízos para qualidade de vida do idoso, que mesmo diante dos significativos avanços tecnológicos e da medicina, não consegue gozar de uma vida com saúde e dignidade. Vale ressaltar que o bem-estar e a qualidade de vida do idoso, bem como o respeito a seus direitos, não são responsabilidades apenas da família, mas de toda a sociedade.