O ensino médio tem sido foco de reformas nas políticas educacionais. Nesse cenário em que o poder público ratifica a formação para o trabalho e propõe mudanças no currículo, carga horária e concepção de ensino é oportuno trazer a baila reflexões sobre a prática pedagógica na/da Educação Física (EF) no ensino médio (EM) a partir de uma realidade na Amazônia Ocidental. Neste contexto, este estudo teve como objetivos investigar e analisar como ocorrem as práticas pedagógicas das aulas de EF no EM noturno. A pesquisa foi descritiva/qualitativa, a partir de um estudo de caso em uma escola pública em Porto Velho/RO. As técnicas utilizadas foram 1. questionário semiestruturado aplicados ao professor de EF, e 30 alunos do 3º ano; e 2. observação direta de 50 h/a, registradas em caderno de campo. A análise utilizada foi a de conteúdos norteada por Bardin (2009). Os resultados foram organizados em 3 eixos: 1. metodologias utilizadas. Em suas respostas, o professor pesquisado relatou que suas aulas são teórico-prática, que faz planejamentos, considera importante o ato de planejar, afirma que utiliza um pouco de cada abordagem de ensino da EF, pois “as abordagens não atendem por completo a realidade escolar”. Já alunos, ratificaram a resposta do professor, entretanto, uma parte destes, 37%, afirmaram que as aulas são sempre com atividades práticas livres, e conta com maior participação dos meninos; 2. conteúdos minstrados. O docente afirmou que trabalha com conteúdos previstos no RC-RO. A maior parte dos alunos afirmaram que gostam das aulas de EF e praticam sempre alongamentos, Futsal e voleibol, sendo que 14% destes responderam “não gostar das aulas de EF pela rotina”; 3. avaliação da prática. Ao se autoavaliar, o professor atribuiu que sua prática pedagógica é “muito boa”. Ja os alunos, 63% avaliaram as aulas de EF como “boa”, 17% excelente, outros 17% “muito boa” e 3% “muito ruim”. Embora os alunos tenham evidenciados as respostas do professor, foi possível perceber o comodismo por parte dos pesquisados, pois nas 50 h/a observadas, 100% eram práticas com atividades repetitivas voltada para um mesmo grupo de alunos (masc.). Ao que parece, o planejamento ficava restrito ao papel burocratico e instrumental, pois não ficou demonstrado intenção em fazer algo que tornasse as aulas atrativas e democrática para todos. Concluiu-se que a análise do ato de ensinar EF não é um trabalho simples de fazer, requer atenção nos registros das observações, bem como entender as dicotomias presentes entre a realidade estudada e os itenerários da ação pedagógica no contexto do EM. Trata-se de perceber a prática em EF como ato formativo, em que professores e alunos podem juntos mobilizar e construirem novos saberes por meio das dimensões conceituais, procedimentais e atitudinais, para que seja possível ressignificar conteúdos e estratégias de ensino a partir de aprendizagens significativas para além do movimentar-se.