A marcha de pessoas com doença de Parkinson (DP) é característica por ter velocidade lenta, menor comprimento do passo, cadência inalterada ou aumentada, maior tempo da fase de duplo apoio e alta variabilidade na passada. Somada a DP, o envelhecimento provoca a sarcopenia, uma condição de alta prevalência que é caracterizada pelo declínio progressivo da massa e força muscular. Essa condição influencia a tolerância ao exercício, à perda da independência, diminuição da capacidade de realizar atividades de vida diária e reduzem a velocidade da marcha. Estudos têm demonstrado que, independente do estado nutricional, pessoas com DP apresentam composição corporal mais favorável, com menor massa gordurosa quando comparados a indivíduos neurologicamente sadios. Desta forma, os parâmetros da composição corporal podem interferir na locomoção deste grupo. O objetivo foi verificar a associação entre os parâmetros espaço-temporais do andar e a quantidade de massa corporal magra, gordurosa e total de indivíduos com diagnóstico clínico de DP. Participaram deste estudo 9 indivíduos com diagnóstico clínico de DP com idade média de 67,44±9,70 anos, classificados segundo a escala de Hoehn & Yahr (H&Y) entre os estágios 2 e 3 da doença. Para realizar a tarefa do andar o participante foi orientado a percorrer uma passarela de 10 metros de comprimento e 3 metros de largura em sua velocidade preferida. Um sistema de aquisição de dados da Vicon Motion System® com 8 câmeras (Bonita System Câmeras) com frequência de coleta de 100 Hz foi utilizado determinar a posição dos marcadores passivos colocados no calcâneo e metatarso de ambos os pés dos participantes. Foram calculados os seguintes parâmetros espaço-temporais: tempo de duplo apoio e comprimento, largura, duração e velocidade do passo. Os valores da massa corporal magra foram mensurados por meio de densitometria Raio-X de dupla energia (DEXA) utilizando o equipamento Discovery (Hologic, EUA). Na análise estatística foi empregado o teste de correlação de Pearson com p0,05). Esses resultados indicaram que os déficits do andar de pessoas com DP estão relacionados principalmente pelas alterações patológicas causadas pela doença, principalmente, pela morte dos neurônios dopaminérgicos da substância negra. Assim, pode-se concluir que não há correlação entre os parâmetros espaço-temporais do andar e a massa corporal de indivíduos com DP.