As novas mídias digitais são ferramentas utilizadas em diversos contextos na sociedade atual, buscando alcançar o maior número de indivíduos, sem qualquer restrição, contribuindo em inúmeros aspectos e, por outro lado, também gerando danos quando usada indevidamente. Com os avanços tecnológicos, surgiram mudanças na forma de interagir e comunicar-se, sendo que as pessoas passaram a buscar viver no cibermundo da mesma maneira que possuem suas vivências no plano físico, visando a mesma intensidade nas relações. Assim, os usuários tornaram-se mais vulneráveis e, muitos deles, são vítimas da própria exposição demasiada, originando crimes virtuais como o sexting e o cyberbullying (dois dos principais fenômenos que ocorrem no Brasil). O âmbito esportivo possibilita que esses crimes sejam maximizados devido à exploração do corpo do atleta e maior exposição do esportista, podendo gerar influências dentro e fora desse contexto. Desta maneira, esta pesquisa possui como objetivo principal verificar as interferências que os crimes virtuais (mais especificamente, o cyberbullying e o sexting) podem gerar no âmbito esportivo. O estudo possui caráter quantitativo, e natureza descritiva. Como instrumento, foi adotado um questionário online, desenvolvido especificamente para a finalidade desta pesquisa, contendo apenas indagações fechadas. A amostra foi composta por 202 atletas universitários brasileiros com média de idade de 22,8 anos (± 4,3). A análise dos dados foi realizada por meio de um software computacional (Weka), agilizando o processo e proporcionando maior fidedignidade aos dados. Verificou-se que 40% da amostra afirma já ter sofrido cyberbullying e 24% foi vítima de sexting. Além disso, 70% dos atletas indicaram que esses fenômenos geram interferência negativa no rendimento esportivo, sendo que fatores como agressividade, vergonha, culpa e tristeza foram apontados como as principais alterações dentro desse contexto. Desta maneira, aproximadamente 79% dos atletas também mencionaram que um caso de cyberbullying e/ou de sexting afeta negativamente as diversas relações existentes no contexto esportivo (com o treinador, atletas da mesma e de outra equipe, torcedores no plano físico e/ou virtual, dentre outras). Assim, pode-se concluir que os crimes virtuais retratados neste trabalho são possíveis variáveis negativas no rendimento esportivo, bem como nas relações que nele existem, sendo essa a opinião dos próprios atletas. Deste modo, torna-se necessária a adoção e utilização de estratégias como a conscientização e melhor instrução do uso dos aparatos tecnológicos para que esses fenômenos sejam evitados ou minimizados, não gerando interferências negativas na rotina desses indivíduos, tanto dentro do contexto esportivo como fora dele, já que os planos físico e virtual são complementares.