A sexualidade é um processo natural, que obedece a uma necessidade fisiológica e emocional do indivíduo e que se manifesta de forma diferenciada nas diferentes fases do desenvolvimento humano. Na gerontologia, os estudos acerca da sexualidade são escassos e limitam-se, quase sempre, a uma abordagem biológica, a partir de concepções patológicas associadas a distúrbios fisiológicos, ignorando os aspectos psicológicos, sociais e culturais que permeiam e condicionam as vivências sexuais dos idosos. Fase a essas premissas, o presente estudo objetivou validar a Escala de Vivências Afetivas e Sexuais para Idosos (EVASI), reunindo evidências de sua validade fatorial e consistência interna. Participaram 200 idosos com idade entre 60 e 82 anos (m = 67,1; dp = 4,88), majoritariamente do sexo feminino (70,5%), casados (90,5%), com renda familiar entre 5 e 8 salários mínimos (45,5%). Os participantes responderam perguntas sociodemográficas e a EVASI, contento 40 itens tendo como objetivo avaliar as vivências sexuais dos idosos em 3 dimensões. Os dados foram processados pelo programa PASW (versão 18), realizando análises estatísticas descritivas (frequência, média e desvio padrão), bem como multivariada (análise fatorial exploratória, alfa de Cronbach). Os resultados evidenciaram uma estrutura tridimensional composta por 38 itens distribuídas em três fatores: ato sexual (α = 0,96); relações afetivas (α = 0,96); e adversidades físicas e sociais (α = 0,71). Concluí-se que os objetivos do estudo foram alcançados, uma vez que a Escala de Vivências Afetivas e Sexuais do Idoso – EVASI assumiu parâmetros estatísticos satisfatórios para o contexto brasileiro. Ressalta-se a extrema importância deste achado, uma vez que a partir de então, os profissionais de saúde dispõe de um instrumento psicométrico validado para o contexto Brasileiro com vista a avaliar a área da sexualidade do idoso, além de contribuir no campo da pesquisa e da prática gerontológica.