O aumento na proporção de idosos vem tomando acentuadas proporções a nível mundial. No Brasil, este acréscimo também está ocorrendo, porém, diferentemente dos países desenvolvidos, este acontece de forma repentina e despreparada, não permitindo portanto, um adequado planejamento familiar. Este fato contribuiu para o aumento no número de institucionalizações, as quais interferem no convívio familiar e social desses idosos alterando a sua qualidade de vida (QV). O estudo teve como objetivo analisar a QV em idosos de uma Instituição de Longa Permanência (ILP), na cidade de João Pessoa, em dois momentos distintos, para verificar o impacto da implantação de um programa de melhoria da QV na instituição, envolvendo socialização, lazer, práticas corporais e cognitivas e jogos, que ocorreram semanalmente. Trata-se de uma pesquisa de campo, transversal com amostra composta por 18 idosos. A coleta de dados foi realizada em 2 momentos diferentes, em um intervalo de 6 meses, com os mesmos indivíduos. O instrumento utilizado foi o WHOQOL–OLD (World Health Organization Qualily of Life). Os escores brutos foram transformados em escala de porcentagem, com o valor mais baixo possível sendo 0% e o mais alto possível 100% para a QV e seus domínios. Também foram analisados variáveis sociodemográficas, número de medicamentos em uso, tempo de internação na ILP e o número de patologias associadas, coletados em registros de prontuários e fichas assistenciais da instituição. Foi aplicada uma análise não-paramétrica (média, desvio padrão, frequência e correlação linear de Pearson), para inferir a correlação entre as variáveis sociodemográficas e os resultados apontados pelo WHOQOL-OLD e suas facetas, além da análise da relação linear entre os escores percentuais de QV com as variáveis: idade, grau de escolaridade, número de medicamentos, número de patologias associadas e tempo de internação na ILP. Os resultados deste estudo indicam que os idosos da ILP apresentaram escores moderadamente baixos de qualidade de vida nos domínios do WHOQOL-OLD, quando comparados à pontuação máxima dos escores para cada domínio e às médias dos diferentes domínios da QV na população estudada. Foram encontrados valores médios de 42,53% e 45,02%, respectivamente, tendo ocorrido, portanto, uma pequena melhoria de uma QV considerada moderadamente baixa. Quanto aos domínios da QV, os que tiveram maiores alterações entre as duas aplicações foram o de autonomia (AUT) e o de morte e morrer (MEM), que obtiveram uma melhoria de 10% e 5,91%, respectivamente. As variáveis a idade, grau de escolaridade, número de medicamentos, número de patologias associadas e o tempo de internação não alcançaram correlação significativa com a QV em ambas as aplicações. Dessa forma, as melhorias discretas na avaliação da QV podem ser atribuídas à participação nas atividades do programa de melhoria da qualidade de vida implantado na ILP. As melhorias discretas podem ser explicadas pela baixa frequência das atividades, pela reavaliação ter sido realizada poucos meses após a implantação do programa ou devido ao fato de as atividades não contemplarem a complexidade multifacetária dos domínios envolvidos na QV.