Este trabalho foi produzido a partir das experiências adquiridas durante a disciplina de Estágio Básico na graduação de Psicologia pela Universidade Federal de Campina Grande. O Estágio Básico que fundamentou este trabalho foi realizado no Hospital da Criança e do Adolescente Dr. Severino Bezerra de Carvalho da cidade de Campina Grande – Paraíba, com o objetivo de compreender a atuação do psicólogo hospitalar nesse tipo de instituição. Consistiu de visitas semanais nas quais pôde-se acompanhar a prática de profissionais da Psicologia no campo, realizar escuta de pacientes, pais e acompanhantes, entender a rotina da instituição hospitalar, bem como atuar na brinquedoteca do hospital, na qual, através de instrumentos lúdicos e escuta qualificada pôde-se contribuir para a amenização do sofrimento tanto de pacientes como de seus acompanhantes. O adoecimento, vinculado à experiência de hospitalização, pode vir a se configurar como uma experiência desgastante para a criança/adolescente. O grau de estresse pode estar relacionado não apenas com a gravidade do caso ou com o período de internação, mas também às características do próprio ambiente hospitalar e à maneira como os pais e a família vivenciam essa situação. Nesse sentido, o objetivo do atendimento da equipe de saúde deve seguir sempre o princípio de minimizar o sofrimento da criança/adolescente hospitalizada, promovendo saúde e principalmente fazendo deste um elemento ativo dentro do processo de hospitalização e doença. Uma medida muito importante a ser utilizada na minimização do sofrimento de crianças hospitalizadas é a experiência do lúdico no ambiente hospitalar. O brincar caracteriza-se pela prevalência do prazer sobre o desprazer, do relaxamento sobre a tensão e da espontaneidade sobre a submissão à coerção.. A brinquedoteca hospitalar é um ambiente que tanto quebra a unidade espacial como oferece à criança uma ruptura da rotina de internação. Esta passa de alguém que é diagnosticado, cuidado, medicado, isto é, de uma posição passiva para a ativa, por meio da brincadeira simbólica, vivenciando momentos anteriores à hospitalização, pertencentes a sua história de vida. Acreditamos que o exercício de profissional em formação durante o estágio básico contribuiu para um efetivo trabalho de empoderamento, escuta, acolhimento, diminuição de medos e angústias tanto de pacientes como de acompanhantes; assim como foi possível, através destas pessoas, da equipe de saúde, dos profissionais da Psicologia e da experiência como um todo, evoluirmos e refletirmos, contribuindo para nossa formação.