No Brasil vivenciamos um processo de envelhecimento populacional, deixando de ser um país jovem, para presenciar o envelhecimento da população. A população idosa é a que mais cresce mundialmente e, considerando as particularidades dos indivíduos nesta faixa etária, pelas alterações fisiológicas e perda da capacidade funcional, comprometendo a saúde e a qualidade de vida dos indivíduos acima de 60 anos, tornam-se um desafio para a saúde pública. Muitas vezes limitações funcionais apresentam maior repercussão na vida diária do que as doenças crônicas, afetando também as estruturas e funções orgânicas, tais como: imunidade, capacidade fisiológica, necessidades nutricionais. Neste contexto, faz-se necessário que o método de avaliação seja sensível e de fácil utilização para obter-se um fiel prognóstico. Assim, este estudo teve como objetivo avaliar as atividades da vida diária em idosos não institucionalizados do munícipio de João Pessoa. Foi realizado um estudo do tipo descritivo, quanto aos objetos, do tipo levantamento e estudo de caso, quanto aos procedimentos de coleta, e de campo quanto às fontes de informação. O estudo foi realizado com 100 pacientes idosos atendidos em um centro de atenção integral à saúde do idoso no município de João Pessoa – PB. Para a realização desse estudo foram coletadas informações obtidas por meio de entrevista individual com o idoso ou seu acompanhante responsável, utilizando questionário de avaliação funcional (Avaliação das Atividades da Vida Diária (AVD)). O questionário é composto por questões referentes às atividades da vida diária como vestir-se, banhar-se, uso do banheiro, transferir-se, alimentar-se e controle esfincteriano. Neste trabalho foram avaliados o estado funcional de 100 idosos, nos quais 87% eram do sexo feminino e 13% do sexo masculino, com idades entre 60 a 86 anos. Destes 48% tinham de 60 a 69 anos, 43% tinham 70 a 79 anos e 9% estavam acima de 80 anos de idade. Dos 100 pacientes entrevistados, 86% não recebe assistência no banho, já 14% necessita de ajuda para banhar, 95% consegue vestir-se sem ajuda e 5% precisa de ajuda, 84% não necessita de ajuda para higiene pessoal, sendo que 16% requer auxílio, 82% conseguem se locomover sem ajuda e 18% dependem de outras pessoas para se locomover, 97% tem autocontrole do intestino, sendo que 3% não tem controle, 97% se alimenta sozinho e 3% precisa de ajuda para se alimentar. Assim espera-se que este estudo possa contribuir para o diagnóstico dos problemas funcionais dos idosos, possibilitando a intervenção na promoção de saúde com ações que retardem o aparecimento das incapacidades, e viabilizar a reabilitação quando forem detectadas reduzindo o número de idosos dependentes e melhorando a qualidade de vida.