A abordagem assistencial a criança vitimizada sexualmente se configura como um processo que envolve um conjunto de ações específicas e interdisciplinares. Propusemo-nos nesta pesquisa à uma investigação, com enfoque qualitativo, ponderar sobre os elementos que o (a) profissional da Enfermagem considera que o(a) habilita a desempenhar tal assistência. Houve a formação de uma rede de informantes que se constituiu com seis enfermeiras dos serviços: Atenção Básica, Setor Administrativo e Maternidade. Os dados para este trabalho foram coletados através de entrevistas semiestruturadas, e analisados à luz da análise temática. Os achados apontam para: i) a carência curricular da Enfermagem no que diz respeito ao preparo para a lida com a violência sexual infantil; ii) os entraves do sistema como elementos predeterminantes do sucesso deste tipo de assistência; iii) a incerteza do(a) profissional da Enfermagem em contar com o apoio psicológico do próprio sistema, em caso de adoecimento psicoafetivo decorrente do exercício da assistência à criança vitimizada sexualmente.