INTRODUÇÃO: Indicadores demográficos de envelhecimento mostram que existem determinantes sociais que implicam em desigualdades durante o processo de senescência ou senilidade. Além das condições biológicas já conhecidas, é relevante analisar outros fatores que podem estar associados à qualidade de vida da população idosa; o preconceito etário (ageísmo) evidencia um desses fatores. De acordo com o Conselho de Direitos Humanos da ONU, o preconceito contra o idoso e sua estigmatização são consistentemente relatados em todo o mundo. OBJETIVOS: Divulgar informações referentes a pesquisas acerca de discriminação contra idosos no Brasil; caracterizar o ato discriminatório relacionado à faixa etária senil; avaliar as estratégias governamentais e políticas que visam minimizar o ageísmo. METODOLOGIA: Para esta revisão sistemática, bases de dados eletrônicas (MEDLINE, LILACS e SciELO) foram consultadas retrospectivamente até o ano de 2008, usando os seguintes descritores: ageísmo combinado com idosos. A busca se limitou aos artigos escritos em português e publicados no Brasil. Foram identificadas 67 publicações por meio da estratégia inicial de busca, porém, foram avaliados, e apenas quatro se relacionaram diretamente com os critérios desta pesquisa. RESULTADOS: Em sua maioria, as publicações analisadas inferem que a discriminação contra idosos é sustentada principalmente pela manutenção de estereótipos negativos quanto à idade avançada, sobretudo os relacionados com o declínio cognitivo e a manutenção de uma autopercepção positiva. Outro aspecto importante revela que a maior parte dos idosos não percebe o que é discriminação etária, e que nem sempre a discriminação social implica prejuízo na autoestima de membros de grupos estigmatizados, pois estes criam mecanismos de proteção específicos. Em outro estudo foi verificado o reconhecimento da importância de programas intergeracionais para o desenvolvimento social, a solidariedade e a reciprocidade entre as gerações; um dos grandes benefícios destes é a quebra de preconceitos entre as gerações, tanto no âmbito cognitivo quanto no social e afetivo. CONCLUSÃO: Nesse contexto, depreende-se que a criação de políticas públicas que priorizem a população idosa, com ações preventivas e diferenciadas de saúde, bem como ações redutoras de desigualdades socioculturais, parece ser o melhor caminho para redução do preconceito e de outras iniquidades durante o envelhecimento.