Tendo em vista que o ensino de língua portuguesa na educação básica ainda continua voltado a métodos tradicionais, que consideram a produção de texto focada no produto, tornou-se indispensável, nos cursos de licenciatura, em especial nos estágios supervisionados, elaborar e desenvolver propostas que priorizem o trabalho com gêneros textuais, como tem sido a orientação dos documentos oficias (OCEM, 2008; PCN, 1997), usando como procedimento metodológico sequências didáticas (DOLZ; NOVERRAZ; SCHENEUWLY, 2004). Partindo desse contexto, o presente estudo pretende descrever uma experiência, realizada durante a intervenção do Estágio Supervisionado III, no Curso de Letras-Português, da Universidade Estadual da Paraíba, voltada a uma turma de 2º. ano do Ensino Médio, em uma escola pública, da cidade de Campina Grande/PB, em setembro/outubro de 2016. Neste estudo, iremos apresentar a nossa experiência desenvolvida em sala com o gênero textual carta do leitor, inspirada nas contribuições de Bezerra (2002), dando ênfase ao processo de escrita e reescrita dessas produções, destacando a importância desse eixo como fator proporcionador de aprendizagem para o âmbito escolar, numa perspectiva processual. Tal experiência segue um percurso que vai, desde a escolha da temática, passando pelo conhecimento e contato com o gênero citado, incluindo a fase de produção inicial, apreciação dos módulos, com foco nos aspectos funcionais e característicos do gênero, e, finalmente, a produção final. Os resultados apontam para fato de que, assim como o aprendiz é considerado como um sujeito que passa por inúmeras transformações sociais, é preciso explorar no universo escolar o olhar para um trabalho que possibilitem atividades de produção de textos relacionados às práticas sociais das quais os sujeitos participam.