O trabalho tem como objetivo, por um lado, problematizar, nas práticas escolares de leitura literária, o não uso da biblioteca; por outro, construir propostas para a formação do leitor a partir de práticas pedagógicas centradas no uso efetivo desse espaço. É sabido que o estudante de nosso país tem pouco contato com os livros de literatura. Embora, para alguns brasileiros, a escola signifique ter acesso à leitura, o ensino de literatura não tem alcançado plenamente seus objetivos essenciais: despertar o gosto pela leitura e formar alunos leitores, sujeitos autônomos e capazes de fazerem suas próprias escolhas literárias. Isso aponta para a necessidade de se redefinir o papel do ensino de literatura na disciplina de língua portuguesa, bem como discutir a falta de acesso ao acervo e o uso das bibliotecas escolares pelos alunos. Sobre essa última discussão, foi necessário acompanharmos o cotidiano de uma escola estadual da cidade de Campina Grande, observando, durante um ano e meio, o trabalho feito com a leitura literária orientado pelos docentes nesta escola. Ficou evidente que não havia incentivos à leitura por parte da escola; a biblioteca, apesar de possuir um acervo rico, funcionava como um depósito de livros trancados em estantes de aço, e apenas os livros didáticos estavam ao alcance dos frequentadores. Contrapondo-nos às práticas observadas, finalizamos o artigo com uma proposta de trabalho com a leitura literária, utilizando a biblioteca como espaço indispensável para o incentivo e a formação de leitores. Elegi trabalhar com o gênero Crônica por se tratar de um gênero leve, que oferece um contato mais direto com o leitor.
Palavras-Chave: Leitor Literário, Ensino de Literatura, Biblioteca escolar, Gênero Crônica.