O bagaço de cana é o resíduo agroindustrial obtido em maior quantidade no Brasil. Estima-se que a cada ano sejam produzidos de 5 a 12 milhões de toneladas desse material, correspondendo a cerca de 30% do total da cana moída. Durante a perfuração de um poço de petróleo em condições onde a pressão hidrostática formada pela coluna de fluido de perfuração é superior à pressão de poros da formação, o contato do fluido com as paredes do poço promove uma deposição de partículas sólidas, a fim de selar as formações permeáveis expostas pela broca denominada reboco. A formação de um reboco interno devido à invasão da formação pelo fluido de perfuração é uma das principais causas da redução da produtividade, por isso se faz necessário um rigoroso controle nas propriedades de filtração dos fluidos utilizados a fim de minimizar problemas futuros. A redução de filtrado e da espessura do reboco pode ser solucionada através do aumento da viscosidade do fluido, com a utilização de polímeros, que formam uma película ao redor das partículas sólidas, estabilizando-as e mantendo-as dispersas no meio líquido. Neste sentido, este trabalho tem como objetivo principal apresentar as vantagens e desvantagens da utilização do bagaço da cana-de-açúcar em fluidos de perfuração visando otimizar o processo de filtração durante a perfuração de poços. De acordo com os resultados obtidos, a concentração do bagaço não apresentou um efeito estatisticamente significante, por outro lado, a granulometria foi responsável por uma maior resposta ao volume de filtrado.