MOURA, Jaquelline Pereira et al.. Violência e maus-tratos na terceira idade. Anais III CIEH... Campina Grande: Realize Editora, 2013. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/2667>. Acesso em: 22/11/2024 21:27
INTRODUÇÃO: A violência contra o idoso é um fenômeno complexo que envolve dimensões socioculturais, resultando na dificuldade em dimensionar a magnitude desse agravo, principalmente por encontrar-se mais presente no ambiente familiar. A fragilidade e a vulnerabilidade vivenciada pelos idosos contribuem potencialmente para o acometimento destes pela violência, comprometendo sua saúde e qualidade de vida. OBJETIVO: Discutir dados estatístico-epidemiológicos de casos de violência e maus-tratos na terceira idade, de acordo com estudos publicados sobre o tema. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo aplicado, descritivo, exploratório, quantitativo, indutivo e temporal a partir da técnica da revisão sistemática, desenvolvido em seis etapas: seleção da questão norteadora; busca sistemática; definição das características das produções; seleção dos artigos; análise e interpretação; resultados. A triagem de fontes secundárias de dados foi realizada na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), no mês de Abril de 2013; utilizando os Descritores em Ciências da Saúde (DECs) “violência” e “idoso”. A população do estudo foi composta por 2.833 publicações, que resultaram numa amostra de 19 artigos após a aplicação dos critérios protocolares de seleção, a saber: artigos em português; que abordassem como assunto principal maus-tratos ao idoso; que tivessem como limite de aplicabilidade para a pesquisa apenas pessoas idosas. Destes apenas 04 publicações (subamostra) apontavam dados quantitativos que possibilitassem responder o objetivo da pesquisa e o questionamento norteador (Quais os principais tipos de violência e maus-tratos vivenciados por idosos?). Para análise dos resultados foi empregada descrição analítica simples. RESULTADOS: Diante das principais abordagens relacionadas à violência contra o idoso, os estudos enfocaram a agressão doméstica como tema central na pesquisa. No que concerne à quantificação da amostra investigada, tais pesquisas foram desenvolvidas com média de 285 idosos de ambos os sexos, faixa etária de 60 anos acima, prevalência de idosos jovens entre 60 e 69 anos e de mulheres. Duas das pesquisas foram do tipo documental, e utilizaram como instrumento de coleta de dados um formulário, enquanto que as outras duas foram estudos transversais, utilizando-se de um questionário aplicado por meio de entrevista. No tocante aos principais tipos de violência e maus-tratos contra os idosos, os estudos apontaram uma maior prevalecia da violência psicológica, seguida da violência física. Embora tenham sido enfatizados dados sobre violência econômica, abandono, cárcere privado, autonegligência e negligência. Um dos estudos apontou que os mais acometidos pela violência eram mulheres, idosos solteiros, viúvos ou separados, que recebiam um salário mínimo e contribuíam com o sustento da casa. Foram evidenciadas agressões físicas que resultaram em traumatismo de ombro e braço em 36,7% dos idosos vitimados e contusões de pálpebras e regiões periocular (17,2%). CONCLUSÃO: A (in)visibilidade atribuída a violência e aos maus-tratos voltados a pessoa idosa, evidenciado pelos poucos estudos envolvendo esse público, demonstra a delicadeza em se abordar as famílias que vivenciam esse ciclo violento, principalmente a violência doméstica. Contribuindo assim para uma escassez de dados epidemiológicos que contribuam para a construção de planos de ação que possam conduzir a atuação das equipes de saúde no enfrentamento desse agravo à saúde desses idosos.