No processo de envelhecimento, cada idoso sofre diversas modificações de um modo singular, como alterações nos sistemas do corpo, com diminuição do metabolismo, entre outros. Torna-se essencial que os profissionais de saúde tomem consciência dos fatores determinantes desse processo, compreendendo sua complexidade, de forma a atuar na promoção da saúde desses idosos. A Estratégia Saúde da Família (ESF), considerada modelo da Atenção Primária à Saúde no Brasil, tem como responsabilidade prover acesso e cuidado integral aos usuários em processo de envelhecimento. Uma vez que, nessa fase da vida ocorrem limitações funcionais, relacionadas ao avanço da idade e associado a uma maior carga de doença. Assim, é fundamental que a Enfermagem não esteja focada somente na assistência ao idoso portador de doenças, mas que atue também na promoção e prevenção a saúde, incentivando novos desafios para os sistemas e profissionais nas Unidades Básicas de Saúde. A falta de estrutura e a carência de suporte das famílias, assistidas pela ESF, faz com que profissionais tenham a preocupação em proporcionar educação a esses cuidadores leigos, no que concerne ao cuidado efetivo ao idoso. Resultando numa maior continuidade da assistência. Diante do exposto, o objetivo do relato é apresentar e discutir a capacitação dos cuidadores de idosos pertencente às áreas de abrangência da ESF a fim de promover um cuidado mais efetivo dos idosos. A experiência se deu através de uma ação de orientação para cuidadoras de idosos, realizado pelos estudantes de enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte em acordo com a ESF, no Bairro de Cidade Nova, Natal/RN. A ação visou fornecer condições aos familiares para a realização do cuidado no domicílio, tendo em vista à atenção à saúde e a melhoria da qualidade de vida dos idosos e dos cuidadores. Esse programa foi realizado através de palestras ministradas e roda de conversa, em que foram dialogados os seguintes temas: o processo de envelhecimento e a velhice, modificações físicas e fisiológicas do envelhecimento, o papel do cuidador familiar, doenças mais comuns na velhice, a importância do uso correto dos medicamentos, hábitos saudáveis (como alimentação adequada, higiene e prática de exercícios), além dos direitos dos idosos. Os trabalhos foram dinâmicos, produtivos e motivadores para os encontros subsequentes. No final das atividades, os participantes relataram que o programa possibilitou o melhor enfrentamento das dificuldades, a compreensão das distintas alterações presentes na velhice, e o desenvolvimento de procedimentos que facilitam a relação com o idoso no dia-a-dia. O número de participantes (n=10) mostrou-se adequado para o desenvolvimento da ação, uma vez que possibilitou maior troca de experiências e esclarecimento de dúvidas. Esta ação proporcionou aos alunos um maior aprendizado, compreensão das necessidades dos usuários através da troca de conhecimento e experiências dos envolvidos. A participação ativa do grupo promoveu ao cuidador a interatividade no processo do cuidar, fortalecendo os laços com as equipes ESF, de modo a construir hábitos de vida/saúde para essa população, sempre respeitando a cultura, crenças e valores dos envolvidos no processo.