INTRODUÇÃO: O aumento da população idosa no Brasil segue uma tendência já ocorrida em países desenvolvidos. Assim, como o número de indivíduos idosos vem aumentando, o consumo de medicamento por esta população acompanha esta tendência. Os idosos são, possivelmente, o grupo etário mais medicalizado na sociedade, devido ao aumento da prevalência de doenças crônicas com a idade. Além das patologias crônicas, existem ainda, os problemas derivados do consumo de errôneo de medicamentos, evidenciado principalmente na automedicação, uma prática cada vez mais frequente entre populações. Essa prática pode acarretar diversos danos à saúde uma vez que, ao invés de curar, pode trazer complicações indesejadas, mascarando a doença e intervindo no diagnóstico e no tratamento precoce de uma doença mais grave.Assim, temos por objetivo analisar o perfil da automedicação entre idosos usuários das Unidades de Saúdes da Família (USF) do município de Cuité-PB.METODOLOGIA:Para compor a pesquisa foi utilizado como instrumento um questionário, composto de perguntas objetivas e subjetivas dirigidas aos idosos que aguardavam atendimento nas USF do Município de Cuité-PB. A população alvo foi composta por 55 idosos usuários das USF, obtidos aleatoriamente, no momento da aplicação do questionário. Dentre os usuários, participaram da amostra aqueles que concordaram, mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A pesquisa foi realizada de acordo com as condições éticas conforme a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na amostra estudada houve um predomínio de indivíduos do sexo feminino (63,6%), casados (61,8%), e com ensino fundamental incompleto (38,9%).Observa-se ainda que86,8% entrevistados possuem renda familiar de até um salário mínimo.No que diz respeito à procura por atendimento, evidenciou-se que a maioria entrevistados (83,3%) costumam procurar o serviço de saúde quando necessitam, sendo que 39,6% usuários apontaram procurar a unidade acima de seis vezes por ano. No que se refere à utilização de medicamentos nos últimos 15 dias, constatou-se que a maioria dos usuários (74,1%) fizeram uso de algum remédio. Destes, 97,5% receberam indicação do médico. O grupo terapêutico mais utilizado neste período foi o de anti-hipertensivos (51,3%) seguido por antiinflamatórios (17,9%). Segundo os resultados obtidos pode-se observar que a prática da automedicação é predominante, sendo praticada por 54,5% dos idosos entrevistados. Quando questionados sobre o motivo que os levaram à automedicação, a maioria (90%) justificou-se pelo conhecimento que possui sobre o medicamento. Com relação à frequência, a maioria (43,3%) afirmou utilizar todos os dias.A amostra estudada apresentou índices positivos de automedicação com analgésicos/antitérmicos (77,1%), remédios para resfriado/gripe. (20%), antiinflamatórios (11,4%), e antibióticos (5,7%). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Tendo em vista o índice positivo de automedicação evidenciado no estudo, tornasse fundamental o acompanhamento farmacoterapêutico do paciente idoso, promovendo o uso racional de medicamentos, contribuindo para o processo educativo dos usuários acerca da automedicação bem como a necessidade da prescrição de um profissional de saúde. Permitindo assim, a prevenção de doenças e promoção da saúde do idoso.