Artigo Anais I CONIDIS

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-186X

PREDAÇÃO PRÉ-DISPERSÃO EM SEMENTES DE TABEBUIA AUREA (BIGNONIACEAE) EM DOIS DIFERENTES MICROHABITATS

Palavra-chaves: BIOLOGIA REPRODUTIVA, CRAIBEIRA, SEMIÁRIDO Pôster (PO) GT 07 - Educação e comunicação no Semiárido
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Publicado em 09 de novembro de 2016

Resumo

As sementes são de fundamental importância para a proteção das espécies, uma vez que tem como papel biológico basicamente a conservação e propagação destas, devendo germinar no momento em que as condições estejam adequadas para a manutenção do crescimento da plântula e posteriormente o desenvolvimento da planta. Algumas plantas apresentam sementes aladas e essa característica pode ser vantajosa para a espécie, pois o afastamento das sementes da planta mãe aumenta a porcentagem de sobrevivência das plântulas, além disso, a disseminação ou dispersão contribui para a regeneração natural e perpetuação de povoamentos vegetais. A Tabebuia aurea, pertencente à família Bignoniaceae, conhecida popularmente por craibeira ou ipê-amarelo-do-cerrado, é uma planta perenifólia ou semidecídua. Sua ocorrência abrange da região Norte ao Nordeste, contemplando o Cerrado, a Caatinga e o Pantanal mato-grossense. Esta espécie possui fruto seco e deiscente, e suas sementes são aladas e dispersas pelo vento (anemocoria). Algumas informações básicas do ipê-amarelo como a ecologia, biologia e fisiologia são ainda incipientes para o auxílio na análise de sementes e produção de mudas. Sendo assim, o trabalho teve como objetivo avaliar a predação pré-dispersão de sementes de T. aurea em dois microhabitats distintos na cidade de Mossoró, e assim contribuir para a biologia dessa espécie, auxiliando a elucidar algumas lacunas ecológicas dessa espécie presente no semiárido nordestino. As coletas foram realizadas em dois locais na cidade de Mossoró no Estado do Rio Grande do Norte, em setembro de 2016. De um total de 10 frutos, cinco foram coletados de plantas em um microhabitat considerado com pouco movimento de pessoas e veículos, e os outros cinco frutos foram retirados de árvores no centro da cidade, em um microhabitat considerado mais movimentado, com fluxo de pessoas e de veículos bem intenso. Foi coletado um único fruto por árvore, sendo um total de dez frutos. Cada fruto foi colhido em estado de amadurecimento ou em início de deiscência, semi-aberto e ainda na árvore, mas sem que as sementes tivessem sido liberadas. Após coletados, estes foram postos em sacos de papel e levados ao laboratório para a análise de predação. Durante a análise de predação, cada semente foi averiguada separadamente, e deixada à parte caso fosse encontrado algum vestígio de predação pré-dispersão. Vestígio de predação foi considerado qualquer orifício invasivo na superfície do tegumento. Contudo não foram encontrados nenhuma predação ou vestígio de predação nas sementes coletadas em ambas as áreas. Esse resultado mostra-se muito importante pois fatores como a renovação da vegetação, a recuperação de áreas degradadas, o estabelecimento de bancos de germoplasma, os programas de melhoramento das plantas, os plantios para exploração econômica de frutos, a produção de madeira e a exploração dos produtos medicinais dependem da coleta de sementes e da propagação das espécies que são selecionadas. Sendo assim, quanto mais viável for a semente, melhor. O fato de não terem sido encontradas predações nas sementes mostra-se como um resultado assertivo, pois sementes predadas podem exercer efeitos negativos sobre as espécies quando acaba por reduzir o número de sementes viáveis.

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