Geoffroea spinosa Jacq., conhecida popularmente como umari, é uma espécie originária do bioma Caatinga. Ela tem ocorrência natural em matas ciliares e áreas depressionárias do semiárido nordestino. A madeira é moderadamente pesada e resistente, podendo ser utilizada na fabricação de móveis rústicos, e na produção de lenha e carvão. Devido a sua elevada adaptabilidade às condições ambientes inundáveis e também por produzir frutos apreciados pelos animais, essa espécie possui uma importância representativa na silvicultura regional, sofrendo uma exploração significativa. As matas ciliares vêm sofrendo gradativamente uma forte pressão antrópica, o que causou uma exploração intensiva da vegetação ao longo dos rios brasileiros. A distribuição espacial é determinada pela frequência em que uma determinada espécie ocorre na área de estudo, podendo ser encontrada na população de forma aleatória, segregada e agregada. O padrão observado geralmente é o resultado da interação dos fatores bióticos, como herbivoria e dispersão das sementes, e abióticos, a disponibilidade de nutrientes, água e luz. A análise do padrão espacial de espécies florestais é uma importante ferramenta para a compreensão dos processos ecológicos e genéticos observados nas populações florestais, subsidiando estratégias de conservação e de manejo sustentável das espécies. Nesse sentido, o presente estudo teve com o objetivo caracterizar a distribuição espacial dos indivíduos de umari em uma população natural no estado do Rio Grande do Norte. O levantamento foi realizado em um fragmento florestal, conhecido com mata do Olho d’água, localizado em Macaíba, RN. Na área em estudo foi demarcada uma parcela de 150 x 150 m, totalizando 22.500 m², onde foram amostrados todos os indivíduos com altura superior a dois metros. As coordenadas geográficas de cada planta foram registradas com auxílio de um aparelho de GPS, modelo Garmin, etrex®. As análises foram realizadas utilizando o programa SpPAck 1.38, onde foi executada a função de segunda ordem da densidade de vizinhos ou NDF (Neighbourhood Density Function). Ao todo, foram identificados na população 157 indivíduos de Geoffroea spinosa. A altura variou de 2 a 8,5 metros, com porte médio de 4,20 m. Já os valores do DAP variaram de 1,27 a 91,04 e média de 17,30 cm. O padrão espacial obtido pela análise univariada mostrou no correlograma um formato de “J invertido”, indicando significantes níveis de agregação até o raio de 25 m. A partir dos 25 m, o padrão espacial dos indivíduos ocorreu de maneira variável, sendo aleatório até a distância de 45 m e voltando a ser aleatório na classe de 60 m, onde os valores de NDF estão compreendidos na faixa de valores dos intervalos de confiança superiores e inferiores. A partir da classe de 90 m o valor de NDF se encontra abaixo dos valores do intervalo de confiança, sendo assim o padrão segregado. A população de Geoffroea spinosa estudada apresentou um padrão espacial provavelmente relacionado ao tipo de dispersão do fruto, fatores climáticos e a estrutura física da área de estudo, bem como as atividades antrópicas realizadas no local.