Os rios do Rio Grande do Norte, por exemplo, estão localizados na região hidrográfica do nordeste médio Oriental e compõem as 14 bacias hidrográficas das quais duas se destacam por serem maiores: a bacia do rio Piranhas-Açu e a bacia do Rio Apodi-Mossoró. As demais são de médio e pequeno porte e desembocam no litoral leste, como a Ceará – Mirim, Potengi, Trairi, Jacu e Curimataú. A bacia dos rios Potengi e Mossoró, dentre outras, sofrem constantemente ação antrópica pelo lançamento de efluentes industriais e domésticos das cidades, causando modificações nas condições físicas, químicas e biológicas das águas, mas, apesar disso, os reservatórios são fundamentais nos períodos de estiagem (NETO, 2008), além do potencial hidrelétrico e utilização para fins de aquilcultura, irrigação e lazer (NETO, 2012). Nesse contexto, torna-se essencial a sensibilização das populações que utilizam a água, logo, conhecer a microdiversidade existente nas bacias do Rio Grande do Norte com intuito de compreender melhor o funcionamento das cadeias tróficas é imprescindível. O objetivo deste trabalho foi avaliar as pesquisas já desenvolvidas pela UFRN na temática, destacando seu papel da investigação local, assim como sua abrangência e importância para a divulgação científica no Rio Grande do Norte. Inicialmente foi realizado um levantamento bibliográfico, no período de 2007 a 2016, o qual teve o objetivo de reunir artigos que discutiam a diversidade das espécies microbianas existentes nas principais bacias do semiárido potiguar, entre elas: Rio Piranhas-Assu, Itans (Caicó), Marechal Dutra (Acari), Boqueirão (Parelhas), Passagem das Traíras (Jardim do Seridó) e Sabugi (São João do Sabugi). Após o levantamento, o material foi organizado por ano, para que assim fosse submetido a leitura com a finalidade de ser analisado e interpretado de acordo com os objetivos estabelecidos previamente. Subsequente, houve aprofundamento em reuniões do grupo nas quais se discutiam os conteúdos encontrados e seus respectivos resultados. O atual grupo de estudos possui cerca de 8 trabalhos divulgados envolvendo pesquisa nas bacias hidrográficas do RN. Como produto de um dos projetos, visando a necessidade de uma divulgação científica na área, foram desenvolvidas oficinas de leitura e discussão de livros paradidáticos construídos pelo próprio grupo, destinados à professores da rede básica do ensino local. Intitulado “Divulgando ciências no semiárido”, o conjunto com oito paradidáticos trata desde o que ser um zooplâncton até disputa de peixes exóticos e nativos no semiárido, juntamente com versões para o professor com métodos lúdicos de tratar o assunto e literaturas a parte. No geral, as pesquisas em reservatórios do semiárido potiguar revelam elevada abundância e riqueza de bacterioplâncton, protozooplâncton e fitoplânton. Os trechos lênticos ou semilênticos amostrados nos estudos ao longo de mais de uma década estão, em sua maioria, eutrofizados ou hipereutrofizados, resultante dos prolongados períodos de estiagem, alta concentração de nutrientes vindos dos efluentes despejados e alta evaporação. A alta densidade bacteriana e de protozoários encontrada na maioria dos açudes demonstra que a eutrofização interfere na composição e biomassa da comunidade microbiana.